LAGOA AZUL: SEDAM concluiu que chuva intensa foi a culpada e que água não tem agrotóxicos

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A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM) concluiu nesta semana a análise da água coletada da Lagoa Azul, em Vilhena, e constatou que não há presença de agrotóxicos como denunciavam através das redes sociais algumas pessoas inconformadas com a turbidez da água.

Desde o início das perícias, profissionais da SEDAM já indicavam que não havia envenenamento da água porque os sinais básicos que embasam esse tipo de direcionamento não constavam no local. Não havia, por exemplo, peixes boiando ou falta de oxigênio, fatores primários para a presença de conteúdos tóxicos na água.

De acordo com relatório, o excesso de chuva registrado no município de Comodoro (MT) foi o fator preponderante para o desencadeamento do problema. O município componente do Mato-Grosso chegou a decretar situação de emergência dado ao volume excessivo de chuva.

A região da Lagoa Azul faz divisa com Comodoro, porém pertence a Vilhena de acordo com o último georreferenciamento desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o volume de água da chuva fez com que as curvas de níveis de uma propriedade de soja circunvizinha fosse assoreada, permitindo que sedimentos grossos fossem parar em um riacho afluente da lagoa.

Os sedimentos finos deste assoreamento acabaram chegando à lagoa, o que causou a turbidez da água. Especialistas que acompanham o caso, explicam a situação dividindo-a por etapas. Primeiro fica descartada a hipótese de envenenamento da água por agrotóxicos.

A segunda parte diz respeito ao dano ambiental causado. Profissionais da SEDAM explicam que houve um dano ambiental por conta dos sedimentos que chegaram à água. “Ainda que não foi a intenção do produtor rural, ele pode responder pelo dano ambiental relacionado aos sedimentos, mas isso fica a cargo da justiça”, explica o profissional.

A SEDAM está prestando esclarecimentos ao Ministério Público (MP) com relação ao laudo. O órgão ainda não emitiu auto de infração porque ainda não ficou constatada a culpa do produtor rural. As medidas judiciais são a última fase do processo.

ENTENDA O CASO

Nos primeiros meses do ano, a informação de a água da Lagoa Azul estaria contaminada começou a circular pelas redes sociais. As pessoas iniciaram uma campanha eletrônica como forma de pressionar as autoridades por respostas.

Uma denúncia feita à Sedam deu corpo ao problema. O órgão inicialmente precisava constatar a delimitação da área visto que a região é divisa com Comodoro.

 

FONTE: Rômulo Azevedo – Gazeta Amazônica