Vilhenense cai em golpe e estelionatário faz empréstimo de quase R$ 100 mil

Estelionatário ligou para a vítima e se passou por agenciador financeiro de instituição bancária.

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Um servidor público vilhenense, procurou a Polícia Civil nesta terça-feira (21) para registrar boletim de ocorrência após ser vítima de estelionato. Segundo ele, um golpista entrou em contato por telefone, no mês de março, se dizendo correspondente do Banco Olé Bonsucesso Consignado S.A., e ofereceu a portabilidade com juros mais baixos de um empréstimo que a vítima tinha com outro banco, cujo valor para quitação da dívida era de R$ 23 mil. De acordo com a proposta, o Banco Olé compraria a dívida e a vítima pagaria um valor mensal com melhores condições de pagamento e ainda teria direito a um novo empréstimo a juros mais baixos.

Diante da proposta, a vítima deu o aval e enviou dados de sua conta bancaria e cópias digitalizadas de seus documentos pessoais para o golpista e, seis dias depois do primeiro contato, ele voltou a ligar para a vítima e propôs o contrato para confirmar a portabilidade da dívida. No acordo, o servidor saldaria o débito com o antigo banco e assumiria uma nova dívida com o Olé no valor de R$ 19 mil, que seria pago em 60 meses.

O golpe foi confirmado na terceira ligação, feita dois depois que a vítima havia assinado o contrato. Dessa vez, o golpista entrou em contato e disse que por erro, havia sido depositado R$ 44.934,90, ou seja, quase R$ 26 mil a mais do combinado, que era de R$ 19 mil, e pediu para que a vítima devolvesse o excedente através de depósito na conta de um correntista do Banco de Brasil. A operação de devolução foi feita e dias depois, o servidor procurou seu banco e descobriu que processo de portabilidade e muito menos a quitação da dívida dos R$ 23 mil havia sido feita. Sem entender direito, a vítima entrou em contato com o Banco Olé e descobriu que o golpista fez um empréstimo consignado em nome dele de 96 parcelas de R$ 1.000,00, totalizando quase R$ 100 mil em dívida.

Em depoimento na delegacia, o servidor disse que pediu ao banco Olé uma cópia do processo de empréstimo, mas a instituição financeira ainda não deu resposta. O caso é apurado pela Polícia Civil.

Especialistas alertam

Modus operandi – O golpe começa no Banco “A”, de onde um comparsa obtém todas as informações do correntista: nome, CPF, telefone, data do empréstimo, valor da mensalidade. E os falsários são bem espertos. Eles escolhem pessoas sem nenhuma restrição de crédito.

O estelionatário liga para casa da vítima, se faz passar por funcionário do Banco “B”, ou até de uma empresa especializada em renegociação de dívidas, e oferece portabilidade de dívida. De acordo com a proposta, o Banco “B” compraria a dívida e a vítima pagaria um valor mensal menor, geralmente com um número maior de parcelas.

Uma vez aceita a proposta, o estelionatário pede cópias dos documentos e número da conta bancária e a vítima os fornece. Afinal, o golpista sabe sobre o financiamento já existente, o que não levanta dúvidas.

De posse dos documentos, o estelionatário procura o Banco “B” ou um de seus agentes e se faz passar pelo cliente. Toda a negociação com o banco é feita pela internet. Ninguém verifica se a pessoa é de fato o cliente. O falsário então faz pedido de novo financiamento no nome da vítima. Passa todos os dados e documentos. Como o nome não está nos cadastros de inadimplentes, o crédito é liberado rapidamente. O Banco “B” prepara o contrato de financiamento e o fornece ao fraudador.

O estelionatário envia o contrato para a vítima, que desavisada, assina e devolve para o golpista, que o repassa para o Banco “B”, que faz o crédito do dinheiro na conta.

Com empréstimo liberado, o cliente confia cada vez mais no estelionatário. E então o “bote” está armado: o falsário diz que é necessário que a vítima encerre o financiamento original no Banco “A” e a instrui a transferir o dinheiro para outra conta bancária, que pode ser qualquer uma. Assim que a transferência é feita, o golpe está consumado.

Com informações do IG.com.br