Mortes por afogamento em RO sobem 50% nos 5 primeiros meses de 2019

Ao todo, 24 pessoas morreram afogadas este ano, segundo o Corpo de Bombeiros. No mesmo período de 2018, corporação registrou 16 mortes.

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Entre janeiro e maio deste ano, 24 pessoas morreram afogadas em Rondônia. Esse número é 50% maior que o balanço do mesmo período de 2018, que registrou 16 mortes por afogamento no estado. A maioria das vítimas são homens: 21 contra três mulheres. No ano passado, eles também foram maioria: 14 homens e duas mulheres morreram afogados.

Os dados foram repassados ao G1 pelo Corpo de Bombeiros, na tarde desta segunda-feira (17). Conforme a corporação, os acidentes ocorreram no Rio Madeira, em Porto Velho. “Isso sem contar com os afogados que não foram acionados pelos bombeiros”, complementou o subcomandante do Corpo de Bombeiros, coronel Gilvander Gregório.

O capitão Clivton Carvalho, comandante do grupamento de busca e salvamento, disse que a corporação faz trabalhos de orientação a banhistas, por exemplo, mas que, apesar disso, as pessoas continuam cometendo erros que comprometem a vida delas, terminando em afogamento.

“Que é utilizando a embarcação sem o uso de coletes salva vidas, ingerindo bebida alcoólica e querer disputar atravessando rios, se divertir com a família e esquecer que os filhos estão na beira do rio”, explicou.

Mesmo com os números apontando apenas adultos no período de janeiro a maio, a atenção necessita ser redobrada com as crianças. No início deste mês, uma menina, de 12 anos, morreu afogada enquanto nadava com dois irmãos nas águas do rio Jaru, em Jaru (RO), município a cerca de 290 quilômetros de Porto Velho.

“Se a criança for para a beira do rio, pai e mãe deve acompanhar, deve orientar e conversar com o filho e nunca deixar o filho brincando na beira do rio”, disse o capitão.

Entre as medidas de segurança adotadas pelos bombeiros, segundo capitão Clivton, está a parceria com empresas para introduzir placas de alerta à população em locais considerados perigosos a banho.

“O Corpo de Bombeiros tem instruções técnicas que obrigam as pessoas que realizam eventos com grande concentração de público, por exemplo, a contratarem guarda-vidas, isso se o evento for particular. Se for público, o órgão solicita ao Corpo de Bombeiros que sejam colocados guarda-vidas para garantir a segurança das pessoas”, finalizou.

Confira dicas abaixo para evitar afogamentos:

  • Não ingerir bebida alcoólica. Sob efeito do álcool, as pessoas estão mais suscetíveis a acidentes, já que estão com a coordenação motora alterada.
  • Não fazer travessia em rios. O desafio é comum em pessoas que acreditam que conhecem o rio, o que é um erro.
  • Afaste-se da água em caso de temporal ou raio, para evitar descarga elétrica.
  • Evitar comer demais e entrar na água, pois pode ocorrer congestão.
  • Cuidado especial com choque térmico, ou seja, não entrar de maneira abrupta na água após longa exposição ao sol. Há risco de choque térmico e desmaio.
  • Não saltar, principalmente em casos onde não se conhece o local.
  • Crianças perdem-se com facilidade. Mantenha-as sob o seu campo visual. Não permita que entrem desacompanhadas e/ou sem supervisão de um adulto na água.
  • Se você se sentir em perigo, não entre em pânico: tente boiar e peça ajuda.
  • Verifique a possibilidade de forte chuva, procure manter-se em locais elevados, minimizando o risco de ser levado por enxurradas.

Levantamento

No ano passado, o G1 apurou com o Corpo de Bombeiros que, entre janeiro e novembro, 63 pessoas morreram afogadas. Em média, é como se houvesse quase seis vítimas por mês. O número de ocorrências ultrapassou o balanço do ano anterior, que fechou 2017 com 55 registros.

A Secretaria de Segurança, Defesa e Cidadania do Estado de Rondônia (Sesdec) foi mais além. As estatísticas do órgão mostram que mais de 600 pessoas se afogaram entre janeiro de 2007 e outubro de 2018. O ano de 2011 foi o período com maior incidência: cerca de 80 acidentes dessa natureza foram registrados.

A Sesdec apontou ainda que o percentual de mortes entre homens é bem maior do que entre mulheres. Entre janeiro de 2007 e outubro de 2018, quase 90% das pessoas que se afogaram e morreram são do sexo masculino. O restante, pouco mais de 12%, são do feminino.

FONTE: Portal G1