A produção de mel na região amazônica especialmente no Cone Sul de Rondônia

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WELTON SILVA SANTOS

A produção de mel por abelhas africanizadas é uma alternativa de ganho de grande importância, principalmente para as famílias que fazem parte do programa Agricultura familiar. Nesse sentido é que a partir dos conhecimentos na área e pela profissão de agrônomo é que busquei adequar o modelo das melgueiras Langstroth utilizadas para a produção de mel, para atender a realidade local de Vilhena com possibilidade de aumento de produção e de ganhos econômicos.

O experimento trata-se de uma pesquisa, com estudo de caso em que foi utilizado como base a Chácara do senhor Edson Santos Silva, localizada na Rodovia 435, km 24, número 35, Agrovila renascer, zona rural de Vilhena e os resultados da pesquisa foram apresentados na minha tese de mestrado a Universidade Brasil no Programa de Pós-Graduação em Produção Animal, com o tema: A produção de mel na região amazônica e a viabilidade econômica em melgueiras de sete, oito, nove e dez quadros.

Este é um assunto de grande visibilidade para a agricultura e empreendedorismo, pois a atividade apícola no Estado de Rondônia, tem ganhado destaque quanto a produtividade e a expansão em relação ao número de apicultores que se despontam no mercado.

Contudo é, na região do Cone Sul do Estado que mais se percebe o crescimento dessa atividade, uma vez que esta área se encontra em uma zona de transição entre o bioma do Cerrado e o bioma da Floresta Amazônica gerando assim um potencial relevante para o sucesso desse empreendimento.

Ainda se destacam como pontos favoráveis para a produção, o clima e relevo propícios, além da vasta diversidade florística que se torna bastante favorável à produção melífera.

Entre os produtores da região o interesse pela apicultura vem se tornando bastante significativo, assim se percebe a necessidade de se intensificaram as pesquisas na área para atender a demanda crescente da atividade de produção de produtos apícolas, tendo como requisito promover a população interessada a identificação das espécies vegetais com potencial apícola, visando a melhoria na produção e na qualidade dos produtos a serem extraídos, a fim de eliminar a produção sazonal, além de potencializar a produtividade.

Outro ponto de grande importância consiste em aprofundar os estudos sobre os meios de produção e adequação do material utilizado, como as melgueiras ou colmeias e a sua composição afim de oferecer subsídios científicos aos apicultores sobre a possibilidade de aumento de ganho e melhoria da produtividade, sendo este um dos pontos de grande destaque neste presente estudo.

Nesse sentido, o presente estudo ainda oferece como base os conhecimentos tradicionais em relação a apicultora e os impactos positivos para a sociedade, contribuindo para geração de renda e manutenção dos ecossistemas, com condição ainda de promover a diversidade biológica e apresenta baixa dependência de insumos externos à propriedade.

A partir da revisão bibliográfica realizada pode-se afirmar que com o aumento de áreas destinadas à produção agrícola na região Cone Sul do Estado de RO e, consequentemente, a redução dos espaços destinados à produção melífera, o que pode ser uma das causas para a redução do número de enxames na região, melhorando assim a qualidade da produção do mel, que aliada a forma com que o apicultor realiza todo o processo de cultivo, melhora seus ganhos e aumenta o foco de visão no empreendimento.

Porém, se o Cone Sul de Rondônia é responsável por 70% da produção de mel de todo o Estado, os estudos para melhorar a rentabilidade e auxiliar os produtores no manejo corroboram para a realização deste experimento que elucida fatos em relação ao número de caixilhos que devem estar presentes nas colmeias Langstroth para que a produção se torne mais rentável e ainda minimizem o trabalho,

Os estudos então apontaram que a alternativa viável em relação a colmeia ao padrão Langstroth com 10 quadros é a de oito quadros, que mesmo apresenta mesma produção de mel obtido e reduz em até 20 % os custos de produção em relação à colmeia de dez quadros, pois se gasta menos madeira para a construção, menos cera para a preparação dos caixilhos e menos tempo de preparo, fatores que relacionados ao custo/benefício tem uma resposta positiva, gerando ao produtor uma economia que ao final das colheitas se torna significativa.

Outra vantagem que ainda reafirma a possibilidade de trabalho com melgueiras Langstroth adaptadas para 8 quadros diz respeito ao peso final da melgueira, fator este relacionado ao transporte e a fatores ergonômicos para a qualidade do trabalho realizado pelo apicultor e seus colaboradores, que na nossa grande maioria são seus filhos, e esposa, sendo esta uma das atividades realizadas pelas famílias que fazem parte do programa de agricultura familiar.

O retorno econômico de um empreendimento apícola depende fatores básicos como planejamento e a instalação do apiário de adequada com o uso das ferramentas certas. O experimento foi realizado utilizando o material apícula do que o produtor rural possuía.

Com base nos resultados conclui-se que em relação à produção as colmeias que apresentaram melhores condições na produção foram as que estavam com a colocação de 8 quadros com ajustes nas medidas dos quadros que a comporão, pois assim haverá um custo menor de material a ser utilizado e ainda diminuirá o peso total das melgueiras, o que facilita o transporte e os cuidados necessários pelo apicultor.