Campeã olímpica de boxe abandona torneio após ter seu gênero questionado

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Testes de elegibilidade de gênero utilizam, em geral, a contagem de testosterona para atestar se uma atleta está apta a competir, mas medida pode ignorar especificidades clínicas que justifiquem níveis maiores do hormônio em mulheres

Lin Yu-ting de Taiwan reage após derrotar a polonesa Julia Szeremeta (Azul) na última luta de boxe feminino até 57kg durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024 no Estádio Roland-Garros, em Paris, em 10 de agosto de 2024. Foto: Mauro PIMENTEL/AFP

A boxeadora taiwanesa Lin Yu-Ting, medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, se retirou de uma competição internacional no Reino Unido quando questionada pela organização sobre sua elegibilidade de gênero, anunciaram nesta quarta-feira as autoridades esportivas de Taiwan.

Lin, que junto com a lutadora argelina Imane Khelif sofreu uma campanha de ódio durante os Jogos de Paris, estava prestes a participar a partir de quarta-feira das Finais da Copa do Mundo de Boxe na cidade inglesa de Sheffield.

Esta nova competição é organizada pela World Boxing, um organismo fundado em 2023 e que conta com 55 membros, incluindo Taiwan.

Era a primeira competição internacional de Lin desde Paris, mas ela teve que sair depois que a World Boxing questionou sua elegibilidade, como divulgado em um comunicado da Administração de Esportes de Taiwan.

“É uma mulher, atende a todos os critérios de elegibilidade e participou com sucesso do evento de boxe (em Paris), ganhando a medalha de ouro”, diz o comunicado.

“Infelizmente, como a World Boxing acaba de ser criada (…) ainda não conta com as políticas regulatórias do COI, que asseguram a proteção dos direitos dos atletas”, acrescenta referindo-se ao Comitê Olímpico Internacional.

“Além disso, o comitê médico da World Boxing ainda tem que estabelecer processos de confidencialidade robustos para proteger as informações médicas fornecidas por Taiwan a respeito de Lin Yu-ting”, continua.

Fonte: Carta Capital