Porto Velho, Rondônia – Em Rondônia, a população começa a sentir os reflexos de uma estratégia institucional inovadora liderada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RO).
A política de fiscalizações constantes nos serviços de saúde pública, cobrindo todas as regiões do estado e envolvendo a totalidade das unidades de saúde, tem gerado resultados visíveis para os cidadãos.
Contudo, o impacto não se limita apenas ao que é percebido externamente. Internamente, o Tribunal tem vivenciado um processo de transformação que está mudando paradigmas e fortalecendo seu papel social.
Desencastelamento e empatia: um novo olhar sobre a saúde pública
Uma mudança fundamental acontece entre os auditores de controle externo e outros agentes públicos do Tribunal: ao se permitirem desencastelar de suas rotinas administrativas e aproximarem-se da realidade cotidiana dos cidadãos que dependem do sistema público de saúde, esses profissionais têm vivenciado algo transformador.
Ao fiscalizar de perto as condições das unidades de saúde, sentindo na pele a realidade dos usuários e dos profissionais de saúde, os auditores têm desenvolvido um olhar de empatia e uma compreensão mais profunda das dificuldades enfrentadas tanto pelos pacientes quanto pelos trabalhadores do setor.
Este contato direto permite não apenas constatar falhas estruturais e administrativas, mas também compreender a dor das pessoas, suas lutas e a necessidade urgente de mudanças.
De muros a pontes: uma postura cooperativa e propositiva
Ao invés de adotar uma postura punitivista, os agentes do Tribunal estão optando por construir pontes de esperança. Essa abordagem cooperativa e propositiva busca gerar soluções práticas para os problemas enfrentados no dia a dia dos usuários do sistema de saúde pública, especialmente os mais vulneráveis.
A vivência “in loco” permitiu, ao TCE-RO, propor mudanças concretas e factíveis, focadas na melhoria contínua dos serviços médico-hospitalares e das condições de trabalho dos profissionais de saúde. Mais do que cumprir um papel fiscalizador, os agentes públicos se tornaram parceiros ativos na busca de soluções que impactem positivamente a vida das pessoas.
Resultados e perspectivas
Temos consciência plena de que tudo isso faz parte de um processo gradual, persistente, resiliente e contínuo e não desistiremos de induzir, por meio do controle externo, a qualidade prestacional dos serviços públicos e, com isso, a qualidade de vida das pessoas.
O comprometimento com a melhoria da saúde pública está deixando um legado que vai além dos números: está construindo uma nova relação de confiança entre a sociedade e as instituições públicas.
No final das contas, o que se vê é um Tribunal de Contas que se recusa a ser apenas espectador dos desafios da saúde pública e escolhe ser um agente ativo de transformação. Um Tribunal que ouve, sente, propõe e faz. Que entende que sua missão não é construir muros que separam, mas sim pontes que conectam, fortalecem e transformam a vida dos rondonienses.
(*) Wilber Coimbra é Presidente do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO).