Uma mulher de 37 anos, e o marido dela, de 38, foram indiciados pela Polícia Civil por suspeita de tentar provocar o aborto da filha, de 12 anos, cometido na residência da família, no Parque Industrial Novo Tempo (Setor 19), em Vilhena, no dia 09 de abril deste ano. Ao falar hoje, sobre a conclusão do inquérito, o delegado Nubio Lopes de Oliveira, titular da Delegacia Especializada na Repressão de Crimes Contra a Vida (DERCCV), disse que os pais da menor irão responder pelo crime de tentativa de provocar aborto com o consentimento da gestante. A pena vai de três a dez anos de prisão. A adolescente, ciente do crime, também deve responder por ato infracional.
Segundo o delegado, para se chegar ao indiciamento era preciso provar que a infusão dada à garota tinha poder de provocar aborto. “Isso foi comprovado através de análises laboratoriais. Três dos componentes [usados para produzir a infusão] tinham propriedades abortivas e, em um deles, tinha escrito no rótulo ‘cuidado, veneno’”, pontuou Nubio Lopes.
A polícia ainda vai apurar o ato infracional do rapaz de 17 anos, suspeito de ter engravidado a adolescente.
O crime foi descoberto a partir de uma denúncia anônima. O casal foi preso na noite do dia 09 de abril ao ser flagrado, por policiais militares, preparando o chá para a filha abortar o feto. Eles foram levados para a delegacia, confessaram o crime e ficaram presos. No dia seguinte, durante a audiência de custódia, a Justiça autorizou a soltura deles.
Na época, apurou-se que a menor descobriu que estava gestante de três semanas após fazer um teste de gravidez comprado em farmácia. A menina contou para os pais, que decidiram que garota era muito nova para ser mãe. Em face disso, tentaram induzir um aborto dando uma infusão misturada com creolina, ervas naturais e industrializadas para a adolescente.
Ainda na noite do dia 09 a menor foi levada para o Hospital Regional. Lá, ela contou aos médicos que estava tomando o chá há dois dias e que neste período teve muitos episódios de vômito. Os médicos conseguiram reverter o efeito da infusão abortiva e evitar que a menina perdesse o bebê. Hoje, a garota está no 4º mês de gravidez.