O comerciante Joaquim Pimenta Jacob, de 44 anos, frequentemente vai ao Centro de Assistência Psicossocial (Caps) de Vilhena buscar remédio para seu filho que faz uso de medicação controlada. Contudo, Joaquim não tem conseguido encontrar a medicação de seu filho na farmácia do Caps, o que foi motivo de revolta para o comerciante na manhã desta terça-feira, 11 de setembro. Joaquim entrou em contato com a Polícia Militar para registrar Boletim de Ocorrência (B.O).
Segundo Joaquim, é a terceira vez seguida que procura o remédio, Trileptal 600 mg, e não é atendido gratuitamente através do SUS (Sistema Único de Saúde). Além disto, não há prazo para que a medicação seja disponibilizada novamente pelo Caps.
“Eu sou um cidadão que paga impostos. Este medicamento custa R$ 60,00 e só dura 15 dias, ultimamente estou comprando do próprio bolso, mas eu vejo pessoas aqui que não tem essa condição. A reclamação que estou fazendo aqui é uma forma de fazer justiça pelos outros também”, justificou.
A assistente social Marluce Moreira Ramos e a psicóloga do Caps Tatiane Basseio explicaram a Joaquim as medidas que ele deveria tomar para ter acesso à medicação. De acordo com as funcionárias públicas, o comerciante precisaria ir ao Ministério Público tendo em mãos uma declaração fornecida pelo próprio Caps para que o órgão notificasse a Secretaria de Saúde a compra do medicamento, que seria repassado posteriormente para Joaquim.
Inconsolável, o comerciante não abriu mão de registrar ocorrência. Os policiais militares informaram a ele que neste caso ele deveria se dirigir à Delegacia de Polícia Civil do município, já que a PM não trabalha neste tipo de ocorrência.
“Eu vou à Polícia Civil fazer o B.O. e no Ministério Público levar a declaração para receber o remédio. Eu sou um homem tranquilo, não sou encrenqueiro, mas essa situação não pode ocorrer, pois se trata de um assunto sério e os recursos para a saúde existem”, ressaltou Joaquim.
Farmácia do Caps depende de cotação das indústrias farmacêuticas para distribuir remédios
A assistente social Marluce e a psicóloga Tatiane relataram que nenhuma indústria que distribui medicamentos ao Caps, através do SUS, se interessou por vender o remédio a qual Joaquim estava à procura e não há como prever quando alguma destas indústrias decidirá vender este remédio ao SUS.
Elas acreditam que isso pode ocorrer pois o SUS paga menos por medicações que as farmácias privadas.
As funcionárias informaram ainda que isto não é motivo de desistência por parte do Centro de Atendimento Psicossocial. Os chamados “Pregões Eletrônicos”, que solicitam os medicamentos que o Caps repassa à população continuam a receber a cotação das indústrias farmacêutica para o Trileptal 600mg. Elas acreditam que em algum momento alguma empresa se interessará por repassar a droga ao SUS e este medicamento poderá ser disponibilizado novamente na farmácia do Caps.
“Tem muitas pessoas que utilizam este remédio, o Tileptal 600mg, e como está em falta aqui na farmácia nós passamos a declaração e pedimos que os pacientes que não tem condição de adquiri-lo em farmácias particulares, que se dirijam ao MP para requerer o remédio”, finalizou uma funcionária da farmácia do Caps.