Conforme dados da divisão de epidemiologia da secretária municipal de saúde, em 2011 foram registrados 47 casos de leishmaniose durante todo o ano. Já em 2012, apenas no primeiro semestre, já foram escritos 90 casos.
A coordenadora do ambulatório municipal Jorge Teixeira, enfermeira Juliana Maria Vicente, explica que a leishmaniose é uma doença transmitida pelo mosquito-palha, conhecido em Rondônia também pelo nome de “asa branca”.
O mosquito adquire o protozoário principalmente através de animais silvestres, como o rato do mato e o gambá. A servidora da saúde esclarece que há dois tipos de leishmaniose; a mais comum é a leishmaniose cutânea, que se caracteriza por erupções na pele, causando feridas, que aumentam de tamanho progressivamente. Já a leishmaniose visceral ataca órgãos internos, como o fígado e o baço, bem como prejudica o sistema imunológico. Esse tipo de leishmaniose, quanto não tratado, pode levar o paciente à morte.
A enfermeira expõe que a doença está ligada a atividade econômica, como por exemplo, a construção das usinas em Rondônia, onde acontece desmatamento.
Doente:
O locutor da rádio Planalto, Jaime Roberto Angeli De Zorzi, 44 anos, faz parte das estatísticas de leishmaniose em Vilhena. Ele explicou que foi pescar numa lagoa, a cerca de 15 quilômetros da cidade, no início de junho desse ano.
De Zorzi conta que depois da pescaria, notou marcas de mosquitos no corpo, mas a princípio acreditou ser normal. No entanto, surgiram algumas feridas no braço e ele procurou a farmácia, onde o profissional recomendou que o locutor procurasse o ambulatório, para realizar exames.
“As feridas não coçavam, não doíam”, lembra. Com o resultado positivo, De Zorzi começou a fazer o tratamento e enfatizou que não sofre nenhum efeito colateral. “Na observação de qualquer ferida, as pessoas devem procurar atendimento médico. Quanto antes for, melhor para o paciente”, aconselha.
Regiões mais atingidas:
De acordo com informações das fichas de notificação entregues a divisão epidemiológica, as regiões mais afetadas no período de 2011 a julho de 2012 são o “Monte da oração”, no antigo lixão, próximo ao bairro Cristo Rei; o Rio Vermelho e o Rio do Mosquito.
Recomendações:
A enfermeira elucida que feridas redondas, com bordas evidentes, fundo brilhante, úmida e sem sangramento são sintomas de leishmaniose. Com isso, Juliana é enfática em relação aos cuidados com a ferida. “As pessoas devem manter a ferida limpa, lava-la com água e sabão e jamais colocar sobre a lesão, urina com fumo, solução de bateria, extrato de tomate com fumo, entre outros produtos”, destaca.
O principal medicamento usado no tratamento é o glucantime, que agora é aplicado na veia, o que diminuiu significativamente o processo doloroso de anos atrás, segundo Juliana. “É muito importante que as pessoas comparecem nos retornos e evitem bebidas alcoólicas durante o tratamento”, adverte.
A profissional de saúde recomenda que as pessoas coloquem telas nas janelas, forrem a casa e usem a meia por cima da barra da calça, ao visitar regiões de mata. Ademais, Juliana indica manter sempre limpo as proximidades da casa, para não atrair animais silvestres e cuidar da saúde dos cachorros, que também podem transmitir a doença.