Na última sexta-feira (18), o Cabo do PATAMO, Geraldo Magela Alves Cordeiro Júnior, estava em um supermercado quando escutou os gritos de pessoas pedindo por socorro. Uma criança havia engasgado com uma bala, e a mãe, em um ato de desespero jogava s criança para o alto na intenção de fazer a criança voltar a respirar.
Uma funcionária do supermercado que conhecia Magela, pediu para que ele prestasse socorro à criança. De imediato, O Cabo da PATAMO iniciou a manobra de Heimlich.
“Quando a funcionária do supermercado me pediu ajuda e eu vi que a mãe da criança estava jogando ela para o alto, mesmo de longe fiz sinal para que ela parasse. Quando peguei a criança do colo da mãe já iniciei a manobra de Heimlich e a criança expeliu uma bala”.
Graças ao socorro imediato que o policial prestou à criança, o engasgamento foi apenas um susto.
Magela diz que aprendeu sobre a manobra de Heimlich ainda na academia de policia, juntamente com os outros cursos de primeiros socorros.
“A Polícia Militar instrui muito bem seus policiais para que em situações similares a essa, estejamos preparados. Essa situação é muito comum, e muitas vezes, algumas pessoas mesmo sabendo aplicar a manobra, acabam se desesperando. É muito importante ter calma e paciência em situações como essa”.
O militar diz ainda que já passou pela mesma situação com o seu filho, que na época tinha 2 anos de idade.
“Meu filho estava brincando com um ursinho de pelúcia e um pedacinho do enchimento ficou exposto e meu filho colocou na boca e se engasgou. Estávamos só nos dois em casa. Apliquei a manobra de Heimlich e deu tudo certo. É preciso tomar muito cuidado com objetos pequenos, pois a criança pode engolir e acabar engasgando”.
CONHEÇA E SAIBA COMO E QUANDO EXECUTAR A MANOBRA DE HEIMLICH
A Manobra de Heimlich foi descrita em 1974 pelo Dr. Henry J. Heimlich, médico cirurgião torácico estadunidense. O objetivo da manobra é simular a tosse, por meio da elevação do diafragma e aumento da pressão intratorácica, de modo que se consiga expulsar o corpo estranho das vias aéreas.
Quando usar?
A Manobra de Heimlich, ou manobra de desobstrução de vias aéreas, deve ser utilizada em caso de obstrução total das vias aéreas por corpo estranho. Diferentemente da obstrução parcial, a obstrução total das vias aéreas impede completamente a fluxo de ar para o pulmão da vítima, de modo que as trocas gasosas ficam prejudicadas. A vítima apresentará sinais como:
Tosse silenciosa ou inefetiva;
Não conseguirá emitir de sons;
Respiração ausente;
Sinal universal do engasgo.
Conduta em adultos e crianças a partir de 1 ano
Posicionar-se atrás da vítima em pé ou de joelhos, a depender da altura de quem está sofrendo o engasgo;
Envolver os braços no entorno da vítima, posicionando uma das mãos fechada e com o polegar voltado para o abdome na linha média entre o apêndice xifóide e o umbigo da vítima;
A outra mão deve ser posicionada firmemente em cima da mão que está em contato com o abdome da vítima;
Devem ser aplicadas compressões rápidas, pressionando a região para dentro e para cima, em um movimento que simule a letra jota;
A manobra deve ser realizada até que o objeto saia ou até a vítima não estar mais responsiva.
Conduta em lactentes
Posicionar o bebê em decúbito ventral no antebraço, o qual deve estar apoiado na coxa ipsilateral, de modo que a mão sustente a cabeça do bebê pela mandíbula, sem comprimir partes moles ou obstruir o nariz da vítima. A cabeça do bebê deve estar mais inferior em relação ao tórax;
Devem ser feitas 5 pancadas vigorosas entre as escápulas;
Posicionar o antebraço livre no dorso do bebê, apoiando a região occipital com a palma da mão, e virá-la lentamente de modo que ela fique em decúbito dorsal e que o antebraço seja apoiado na coxa do socorrista;
Devem ser aplicadas 5 compressões torácicas com os dedos indicador e médio na metade inferior do esterno do lactente, na frequência de uma compressão por segundo.
As manobras devem ser repetidas até que haja desobstrução ou que a vítima se torne não responsiva.
Condutas especiais
No caso de vítimas grávidas ou obesas, as compressões devem ser realizadas no tórax. A pessoa que presta socorro deve se posicionar atrás da vítima e envolver o tórax da vítima com os braços e realizar a compressão na região do esterno, evitando o apêndice xifóide.
Condutas em bebê
Sentada, coloque o bebê de bruços, deitado em cima do seu antebraço, de modo que ele fique retinho, um pouco acima dos seus joelhos, com a cabeça um pouco mais baixa que o resto do corpo. Use a sua coxa como apoio do antebraço para ter firmeza.
Com o dedo médio e o indicador, segure a boquinha do bebê aberta. Dê 5 tapas não muito fortes no meio das costas do bebê, na região entre os ombros. Tome cuidado para não machucá-lo.
Agora, de frente para você, posicione o bebê deitado de costas sobre o outro antebraço, que deverá estar apoiado sobre a coxa. Realize 5 compressões usado dois dedos, bem na região central do peito, entre os dois mamilos. A profundidade deve ser de, no máximo, 4 centímetros (geralmente use o indicador e dedo médio), o que equivale a 2 ou 3 dedos.
Olhe para o bebê e preste atenção. Caso ele chore, vomite, ou tussa, é um bom sinal, ou seja, conseguiu desengasgar. Aos poucos, a cor dos lábios e da cabecinha deve voltar ao normal. Se ele continuar engasgado, procure ajuda médica e continue repeteindo o procedimento.