No Brasil, criptoativos são uma alternativa econômica viável

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A economia brasileira está abraçando as novidades do setor. Os criptoativos, por exemplo, estão cada vez mais sendo visto como uma opção de investimento viável. Uma pesquisa realizada pela Coinbase, um dos principais intercâmbios de criptomoedas dos Estados Unidos, revelou dados interessantes sobre a percepção e adoção dos criptoativos pelos brasileiros.

Essa pesquisa aponta que dois terços dos brasileiros acreditam na capacidade desses ativos de potencializar a liberdade econômica, sendo uma excelente alternativa frente às opções de investimentos tradicionais. Segundo o estudo da Coinbase, 66% dos brasileiros enxergam esse potencial. Além disso, 69% concordam que a tecnologia cripto veio para ficar.

Essa aceitação é um reflexo do aumento da digitalização das finanças, mas também do desejo de diversificação econômica em um ambiente de constante evolução tecnológica. Como vemos em Criptofacil, o perfil dos investidores brasileiro é cada vez mais variado. Cerca de 31% dos entrevistados têm mais de 10% de suas carteiras compostas por criptoativos, e mais da metade pretende aumentar sua exposição a esses ativos nos próximos 12 meses. Por exemplo, o número de investidores de criptomoedas no Brasil cresceu 7% no terceiro trimestre de 2023.

Esse dado mostra um compromisso com o setor cripto como parte de uma estratégia de investimento variada. Em um país com diferentes realidades econômicas em sua população, a capacidade desse mercado de oferecer uma opção a diferentes níveis de orçamento, é outro ponto positivo. Um estudo realizado pelo Mercado Bitcoin apontou que 10 milhões de brasileiros, aproximadamente 5% da população, já investem em criptomoedas.

E a postura regulatória do Brasil também é importante para essa aceitação ampliada. Recentemente, o Banco Central do Brasil iniciou uma série de consultas públicas para moldar uma regulamentação justa e adequada para os criptoativos. Essa abertura ao diálogo indica que o Brasil está comprometido em estar na vanguarda das discussões regulatórias, garantindo que o setor não apenas cresça, mas também seja seguro.

Essas consultas públicas são parte do processo de regulamentação estabelecido pelo Marco Legal dos Criptoativos, que foi aprovado em 2022. O objetivo é recolher subsídios e feedback de especialistas e do público geral para aprimorar as regras e diretrizes que regem o mercado de criptoativos no país. Esse processo inclui uma série de questões organizadas em temas específicos que serão abordados durante as consultas, permitindo um amplo espectro de discussões sobre os desafios e oportunidades associados aos ativos virtuais​.

Além disso, a regulamentação infralegal que está sendo elaborada pelo BCB visa incorporar os ativos virtuais ao arcabouço normativo nacional de forma segura, garantindo que a livre iniciativa e a proteção dos consumidores sejam princípios observados. O BCB também destaca a importância de lidar com os novos riscos trazidos pelas inovações tecnológicas, como a descentralização e a falta de governança centralizada, que são características intrínsecas dos criptoativos​.

E entre os criptoativos, as stablecoins são as que estão melhor estabelecidas no mercado brasileiro. A pesquisa revelou que 42% dos brasileiros têm preferência por stablecoins atreladas ao dólar americano, refletindo uma busca por estabilidade em meio à volatilidade típica das criptomoedas. Essa preferência sublinha a utilidade das stablecoins como uma ponte entre o mundo cripto e as finanças tradicionais, combinando a praticidade e transparência das criptomoedas com a estabilidade de moedas fiduciárias reconhecidas.

De acordo com dados da Receita Federal, as transações envolvendo stablecoins foram responsáveis por uma grande parte do volume total movimentado no mercado de criptoativos do Brasil. No primeiro trimestre de 2023, as stablecoins representaram 83,5% do valor total movimentado, somando cerca de R$ 39,3 bilhões. Especificamente, o USDT foi a stablecoin mais negociada, com números bastante superiores em comparação com outras moedas​ digitais.

Outro aspecto importante para a adoção de criptoativos é a segurança. A mesma pesquisa indica que 59% dos brasileiros consideram a segurança como o principal fator na escolha de uma plataforma de troca de criptoativos. Instituições como a Coinbase buscam manter uma política rigorosa de proteção aos ativos dos clientes, o que certamente contribui para essa percepção positiva. Algumas dessas medidas são a utilização de tecnologias avançadas de criptografia e armazenamento em cold wallets (carteiras frias), para aumentar a confiança dos usuários.

Além disso, com a adoção do Marco Legal das Criptomoedas no Brasil, há um esforço maior para regular e garantir a segurança nas transações de criptoativos, exigindo que as corretoras sigam diretrizes rigorosas que incluem a obtenção de licenças e a conformidade com normas de segurança detalhadas. Esse quadro regulatório visa proteger os investidores e aumentar a transparência no mercado de criptoativos, o que contribui para a percepção positiva da segurança por parte dos investidores.