Acusado de matar motorista com pedrada na greve dos caminhoneiros irá a júri em Vilhena

Data do julgamento de Willians Maciel Dias ainda não foi definida. Defesa analisa possibilidade de recurso.

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A 1ª Vara Criminal decidiu que Willians Maciel Dias deve ser julgado em júri popular. A pronúncia foi feita na terça-feira (18) pela juíza Liliane Pegoraro Bilharva, em Vilhena (RO), região do Cone Sul. O réu é acusado de matar o caminhoneiro José Batistela, de 70 anos, com uma pedrada. O crime aconteceu em maio desse ano, durante a greve dos caminhoneiros. Ainda não há data para o julgamento. Defesa analisa se vai recorrer.

O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) requereu que Willians fosse julgado pelo Tribunal do Júri. O órgão ministerial sustentou que Willians assumiu o risco de matar, quando arremessou uma pedra de quase dois quilos contra o para-brisa do caminhão da vítima.

O MP-RO ainda ressaltou a qualificadora do recurso que impossibilitou a defesa da vítima, que foi surpreendida com a pedrada. Já a defesa de Willians pediu a desclassificação do crime de homicídio doloso para homicídio culposo – quando não há a intenção de matar – e ainda requereu a exclusão da qualificadora.

A defesa alegou que o cliente agiu sem a intenção de matar o caminhoneiro. Durante a instrução processual, quatro testemunhas foram ouvidas e o réu interrogado. Com isso, a magistrada avaliou que materialidade do crime está fundamentada em elementos, como registro de ocorrência e laudo do exame tanatoscópico.

A juíza também considerou que os indícios de autoria são evidentes, haja vista que Willians confessou o crime. Quando interrogado, o réu admitiu que jogou a pedra, mas justificou que queria apenas causar um dano e não tirar a vida do motorista.

Diante disso, a juíza Liliane pronunciou Willians por homicídio qualificado e manteve a prisão dele. Ele segue detido na Casa de Detenção em Vilhena. A data do julgamento ainda não foi definida.

O advogado do réu, José Francisco Cândido, informou que vai avaliar a decisão para verificar a possibilidade de recurso.

 

Entenda o caso

O caminhoneiro José Batistela, de 70 anos, foi morto no dia 30 de maio, próximo a um ponto de manifestação na BR-364, com uma pedrada na cabeça. O caminhoneiro carregava madeira e, quando decidiu seguir viagem, foi atingido. Era o último dia de greve dos caminhoneiros.

Segundo a Polícia Civil, a pedra foi arremessada de baixo para cima por uma pessoa que estava em um carro, no sentido contrário da pista. Willians se entregou no dia 7 de junho e confessou a autoria do crime, mas disse que não tinha intenção de matar o caminhoneiro.

Conforme as investigações, Willians também é caminhoneiro e estava insatisfeito com o final da greve da categoria. Após a prisão, a defesa fez vários pedidos de liberdade à Justiça, mas todos foram negados.

 

 

Fonte: G1/Vilhena