O procedimento administrativo da Polícia Civil de Vilhena, aberto para apurar a morte do apenado do Centro de Ressocialização Cone Sul, Cleyton Henrique Carvalho Santos, ocorrida no dia 14 de julho de 2016, foi finalizado esta semana pela Delegacia de Homicídios. A investigação concluiu que o reeducando morreu em decorrência de uma infecção generalizada causada por um abcesso na boca. Segundo a Polícia Civil, não houve indícios de que a morte de Cleyton tenha decorrido de espancamento, como alegou a família dele. Conforme o delegado do caso, a polêmica que envolveu a morte surgiu depois que os pais do rapaz alegaram que o ferimento na região bucal teria aparecido após supostas agressões sofridas dentro da unidade prisional.
Contrariando à versão da família, o delegado Nubio Lopes de Oliveira, que esteve à frente da apuração, declarou à imprensa na sexta-feira (28), que Cleyton depois que foi preso prestou depoimento na delegacia e não relatou ter sofrido nenhum tipo de agressão, ele também passou por audiência de custódia com um juiz depois de ser preso e, não relatou ter sido vítima de maus-tratos.
Para o delegado, o exame tanatoscópio “um tipo de exame que define a causa da morte de um indivíduo humano” atesta que o rapaz morreu em decorrência de septicemia (uma infecção generalizada do corpo que pode surgir como complicação de outra infecção mais simples), no caso do apenado, o abscesso no lábio. O laudo põe fim às especulações, segundo o delegado, e afasta qualquer indício de crime praticado contra o reeducando no período em que ele esteve sob custódia do Estado, no centro de ressocialização.
A apuração foi iniciada depois que o Conselho Estadual de Direitos Humanos solicitou informações ao Poder Judiciário da Comarca de Vilhena, sobre as causas da morte. Na época, Ailton Domingos Santos, pai do detento, procurou a imprensa logo após o falecimento do filho para denunciar um suposto espancamento que teria ocorrido dentro de uma das unidades prisionais pelas quais o rapaz passou.
Cleyton Henrique Carvalho Santos morreu aos 21 anos no hospital Heuro de Cacoal. Ele tinha condenação pelo crime de furto e estava em liberdade condicional quando foi preso, oito dias antes de sua morte, pela Polícia Militar, acusado de participar de um outro crime.