Bebê arrancado da barriga da mãe morta deve ser levado a abrigo, diz juíza

Parentes do recém-nascido, incluindo o pai, procuraram por ele na unidade hospitalar nesta semana. Recém-nascido segue internado em Porto Velho em estado estável.

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O bebê que foi arrancado da barriga de Fabiane Pires Batista, de 23 anos, mulher assassinada em loteamento de Porto Velho nesta semana, deve ser encaminhado ao abrigo Lar do Bebê após receber alta do Hospital de Base.

Parentes do recém-nascido, incluindo o pai, procuraram por ele na unidade hospitalar nesta semana. Ainda não há previsão de quando o menino sairá do hospital. O estado de saúde segue estável.

O menino Gustavo Henrique, de 7 anos, também filho da vítima, foi encontrado morto no mesmo local onde a mãe morreu. A polícia identificou cinco pessoas suspeitas de envolvimento no crime – uma menina de 13 anos (irmã de Fabiana), quatro adolescente e Cátia Barros Rabelo (mulher suspeita de tentar ficar com o bebê e fingir estar grávida de um garimpeiro).

Mãe e filho foram encontrados mortos dentro de loteamento em Porto Velho. — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
Mãe e filho foram encontrados mortos dentro de loteamento em Porto Velho. — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Sandra Merenda, juíza da Vara da Infância e Juventude da capital falou à Rede Amazônica sobre o protocolo a ser seguido em casos de crianças em situação de risco. Segundo ela, os familiares procuraram a Justiça.

“O pai está providenciando o reconhecimento da paternidade. Nós vamos averiguar a conveniência dessa criança ir para esse pai, ir para a família paterna ou materna e vamos estabelecer quem tem melhores condições de permanecer com essa criança. Ele tem interesse na guarda da criança, mas ele precisa primeiramente fazer o reconhecimento da paternidade”, explicou Sandra.

Bebê continua internado em estado estável no Hospital de Base de Porto Velho. — Foto: Diêgo Holanda/G1
Bebê continua internado em estado estável no Hospital de Base de Porto Velho. — Foto: Diêgo Holanda/G1

Ainda de acordo com a juíza, o pai do recém-nascido e Fabiana não viviam juntos, mas mantinham um relacionamento. Mesmo assim, Sandra Merenda salientou que tudo será apurado. “O que é importante consignar é que essa criança vai ficar o tempo mais breve lá na unidade de acolhimento. Depois vamos encaminhá-la para os familiares”, complementou.

O pai do bebê deve ser ouvido pela Polícia Civil nos próximos dias. A corporação não descarta a participação de mais pessoas no duplo homicídio.

Mulher que queria o bebê

A mulher suspeita de tentar ficar com o bebê arrancado da barriga de Fabiana foi presa na tarde de quarta-feira (23). Cátia Barros Rabelo, de 34 anos, foi ouvida por cerca de 5 horas na Delegacia de Homicídios da capital antes de ser detida preventivamente.

Cátia Barros, de 34 anos, foi presa por ser suspeita de participar do assassinato e pegar bebê de Fabiana. — Foto: Jheniffer Núbia/G1
Cátia Barros, de 34 anos, foi presa por ser suspeita de participar do assassinato e pegar bebê de Fabiana. — Foto: Jheniffer Núbia/G1

Ela se soma ao grupo suspeito de assassinar Fabiana e o menino Gustavo Henrique. “A Cátia está sendo presa pela participação na trama de homicídio”, disse a delegada que conduz as investigações, Leisaloma Carvalho, em coletiva de imprensa. Três adolescentes já apreendidos, inclusive, são filhos da mulher que fingiu a gravidez.

Conforme a delegada, Cátia teria não apenas participado do crime, como repassado aos filhos e aos outros envolvidos os “instrumentos” para execução do plano. Disse ainda que, assim como os menores, ela não demonstrou arrependimento. Até a última atualização desta reportagem, o advogado de Cátia não havia sido localizado.

Loteamento onde Fabiana e Gustavo foram encontrados mortos em Porto Velho — Foto: Diêgo Holanda/G1
Loteamento onde Fabiana e Gustavo foram encontrados mortos em Porto Velho — Foto: Diêgo Holanda/G1

Relembre a cronologia do caso:

  • 20 de outubro: O corpo de Gustavo Henrique é encontrado boiando no lago de um loteamento de Porto Velho. Não havia confirmação se suposto afogamento da criança foi oriundo de acidente ou homicídio;
  • 21 de outubro: Fabiana é encontrada morta no mesmo local onde o filho de 7 anos foi achado sem vida. O corpo da mulher estava parcialmente enterrado e apresentava ferimentos na cabeça, tórax e barriga. O corpo foi achado pelo pai de Gustavo. A mulher estava grávida de 8 meses e teve o bebê arrancado da barriga durante o assassinato. O recém-nascido está internado em estado estável no Hospital de Base de Porto Velho;
  • 22 de outubro: Uma menina de 13 anos é apreendida suspeita de envolvimento nos assassinatos. Ela é irmã de Fabiana e tia de Gustavo. Um adolescente, de 15 anos, também foi apreendido. Ele e a menina foram os supostos executores do assassinato. O que se sabe é que o bebê foi arrancado por eles para ser entregue a uma mulher que fingia estar grávida de um garimpeiro. Ela é mãe do adolescente de 15 anos;
  • 23 de outubro: A polícia confirma que outros dois adolescentes foram apreendidos por suposto envolvimento no mesmo crime, totalizando quatro menores. Todos estão internados. Três deles são filhos de Cátia Barros Rabelo, identificada como a mulher que fingia a gravidez. Ela, que foi presa, é suspeita de participar do crime e entregar os instrumentos aos menores para execução. A mulher indica a participação de mais um adolescente no crime, o que ainda será apurado pela delegada que investiga o caso.

 

Fonte: G1/Rondônia