“EU ACHO É POUCO”: internautas zombam de indígena que perdeu R$ 30 mil e veículo em negociação

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Comentário postado em rede social. (Foto: Reprodução)

Com comentários que ultrapassam o limite da razão, internautas zombaram de um índio, que no último dia 09 de outubro, foi vítima de um golpe, quando tentou trocar sua caminhonete por uma outra de maior valor e dar uma importância de R$ 30 mil.

O caso foi registrado na Unisp de Vilhena e após matéria veiculada por esse noticioso (LEIA AQUI), “choveu” comentários, de certa forma maldosos, em desfavor do indígena.

Uma maioria, se valendo de que, índios cobram pedágios em alguns locais, chegaram a postar que, “essa é uma forma de receber de volta o que tiram do povo”. Um outro internauta chegou a dizer que, “Recupera rapidinho cobrando pedágio”. Um único internauta entre os vários que comentaram falou sobre o golpista, já que esse, ‘homem branco’, foi o causador do estelionato. “Aí vê-se a índole das pessoas. Só por ser índio merece ser enganado? Quem deu o golpe é santo? Quanto hipocrisia”, disse uma internauta.

Obviamente preservando a identidade de cada um dos internautas que comentaram na página principal do site e também da página na rede social Facebook, fica claro o preconceito Etnocentrista, ou seja, aquele que considera o seu grupo étnico, nação ou nacionalidade socialmente mais importante do que os demais.

Partindo da ideia de que índios são seres humanos diferentes de “homens brancos”, dois internautas foram além e postaram as seguintes falácias, respectivamente; “O golpista vai ter 100 anos de perdão”, “Colheu o que está plantando. Onde já se viu índio ter caminhonete?”.

Postagens do tipo ‘onde ele arrumou dinheiro’ foram as que tiveram mais simpatizantes. Após comentários do tipo “De onde eles têm dinheiro, já que não trabalham” e também, “Como um índio tem R$ 30 mil já que não fazem nada”, e “Tem que investigar de onde eles arrumam dinheiro”, internautas rebateram. Na defesa, não do índio, mas no seu direito de possuir, alguns comentaristas questionaram os que diziam o contrário. “Se ele tem condições, tem que comprar mesmo”, um outro postou “Só por que ele é índio não pode ter caminhonete? Ele é um ser humano igual a você”, argumentou um dos comentarias.

Um dos mais sensatos, postou apenas a seguinte frase “O ser humano é a raça mais nojenta que existe. Onde está a graça na desgraça dos outros?

A matéria alcançou mais pouco mais de 6 mil visualizações e diversos comentários nas redes sociais.

Casos de racismo e discriminação contra índios

O Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, com dados de 2018, mostra que o Mato Grosso é o Estado com maior número de casos registrados de racismo e discriminação contra povos indígenas. O levantamento mostra situações diversas: índios que sofreram discriminação em hospitais, delegacias e nas próprias aldeias.