JBS é condenada a pagar R$ 38,6 milhões pela Justiça do Trabalho de Rondônia por demissão em massa

Em 2015, 360 funcionários foram demitidos sem acordo prévio de um frigorífico de Rolim de Moura. Ação foi movida pelo Ministério Público do Trabalho de Ji-Paraná.

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A empresa JBS/SA foi condenada pela Justiça do Trabalho de Rondônia a pagar uma indenização de R$ 38,6 milhões por ter demitido 360 funcionários de um frigorífico em Rolim de Moura em 2015. Na época, a empresa tinha fechado há pouco tempo uma outra unidade em Ariquemes, dispensando cerca de 270 empregados. Em contato com a JBS, a empresa diz que não comenta processos em andamento.

A decisão foi dada pelo juiz Wadler Ferreira no dia 26 de maio em resposta à ação civil pública instaurada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-RO) de Rondônia. O procurador do trabalho Gustavo de Menezes, que assinou a petição inicial da ação movida pelo MPT, destacou ao juiz o fato da empresa JBS no ano de 2015, ter obtido R$ 7,5 bilhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ter lucro de mais de R$ 3 bilhões. E de comprar unidades industriais em outros países enquanto fechava unidades industriais no Estado de Rondônia.

Na ação, o MPT também havia pedido a suspensão da dispensa em massa e imediata colocação dos trabalhadores em licença remunerada, já que a empresa não pode realizar a dispensa coletiva de trabalhadores sem comprovar o motivo real da demissão ou realizar negociação coletiva prévia com o sindicato da categoria.

O MPT, juntamente com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carne, Leite e Cereais (Sintra-Ali), sindicato que representa a categoria profissional na região, havia conseguido em agosto de 2015, em audiência de conciliação com a JBS, que aos trabalhadores dispensados recebessem alguns benefícios até dezembro daquele ano.

O caso

A JBS anunciou no dia 15 de julho de 2015 a suspensão por tempo indeterminado das atividades na unidade de Rolim de Moura. De acordo com a empresa, o motivo para a paralisação dos trabalhos foi a baixa disponibilidade de animais para abate no estado. A JBS propôs aos funcionários a possibilidade de transferência para outras unidades da companhia. No entanto, o trabalhador que não aceitasse, era desligado da empresa.

O presidente do Sintra-Ali na época, Adilson Victor Cruz, disse à epoca que toda a classe foi surpreendida com a decisão, tendo em vista que a empresa decidiu encerrar as atividades sem comunicar previamente aos trabalhadores e o sindicato, sendo que apenas um comunicado foi entregue no dia anterior à demissão.

No dia 2 de junho de 2015, a empresa já tinha paralisado as atividades da unidade de Ariquemes. No município, havia 267 funcionários.

 

 

FONTE: G1 RO