Julgamento do cabeleireiro acusado de matar o marido começa hoje

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Daniel (de azul) e Ozéias (de branco) estavam juntos há mais de 10 anos. — Foto: Reprodução/Facebook

Começa nesta quinta-feira (13) o julgamento de Ozéias Cassimiro de Camargo, o cabeleireiro acusado de matar o próprio marido, Daniel Reis de Camargo, em setembro do ano passado. O réu será submetido a júri popular no plenário do Fórum Desembargador Leal Fagundes, em Vilhena. A sessão começa às 9h.

De acordo com o Ministério Público de Rondônia (MP-RO), após uma discussão do casal Ozéias despejo gasolina e depois ateou fogo para matar o companheiro, de 38 anos. O crime aconteceu no dia 26 de setembro no bairro Moysés de Freitas. Daniel teve queimaduras de 1º e 2º graus, em mais de 90% do corpo, e morreu um dia após o ataque.

O acusado está preso desde o dia 17 de outubro, quando se entregou na Polícia Civil. Ele nega o crime, e alega que Daniel despejou gasolina no próprio corpo para se suicidar, e tentar matá-lo. No inquérito concluído sobre o caso, o delegado Nubio Lopes de Oliveira descarta essa versão e diz que não há nenhum indício que aponte para suicídio.

Relação conflituosa

O acusado e a vítima eram casados no civil e viviam juntos há quase uma década, porém, o relacionamento deles era conturbado, conforme revelou as investigações da Polícia Civil: “os depoimentos de amigos e vizinhos confirmam que Daniel e Ozéias viviam uma relação marcada por conflitos”. As brigas eram motivadas por ciúmes.

Crime com requintes de crueldade

Uma vizinha do casal contou que viu Daniel com o corpo incendiado correr para a rua e pedir por ajuda. Ela afirmou que minutos antes do pedido de socorro escutou gritos e muitas ofensas trocadas entre o casal.

Ao indiciar o acusado, em outubro do ano passado, o delegado Nubio Lopes de Oliveira fez uma revelação surpreendente. “Quando vítima saiu para a rua gritando por socorro o portão do quintal ficou aberto e com isso uma cachorra do casal da raça pit bull escapou, nisso, o Ozéias saiu da casa e foi até a rua, pegou a cachorra e a colocou para dentro do quintal, depois pegou um capacete, montou na moto e foi embora”.

A gasolina usada para cometer o crime era usada por Ozéias para atividades de campanha eleitoral: “Ele [Ozéias] estava trabalhando na campanha de um candidato e mantinha a gasolina em casa para a atividades do trabalho”, disse na época o delegado.