Um grupo de pesquisadores descobriu que alguns pacientes com grau leve de covid-19 podem continuar transmitindo a doença até oito dias depois do desaparecimento dos sintomas, motivo pelo qual recomendam estender a quarentena por mais duas semanas.
Um estudo conduzido pelos médicos Lixin Xie e Lokesh Sharma e publicado nesta sexta-feira (27) pela revista especializada “American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine”, da Sociedade Torácica Americana, revelou que metade dos pacientes analisados ainda estava em processo de eliminação do coronavírus SARS-CoV-2 depois do desaparecimento dos sintomas.
Os pesquisadores acompanharam 16 pacientes contaminados com o novo coronavírus, com média de idade de 35,5 anos, e que foram tratados entre 28 de janeiro e 9 de fevereiro, até receberem alta no Hospital Geral PLA, em Pequim.
Os pacientes recuperados receberam alta apenas depois de obterem a confirmação de estado viral negativo em pelo menos dois testes consecutivos de reação em cadeia de polimerase (PCR).
Entre eles, o período de incubação da doença, que é o tempo entre o contágio e a aparição dos primeiros sintomas, foi de cinco dias, com exceção de um caso. Os principais sintomas incluíram febre, tosse, dor na faringe e dificuldades para respirar.
O estudo mostrou que a duração média dos sintomas para os pacientes em questão foi de oito dias, e o tempo pelo qual eles permaneceram como focos de contágio após o desaparecimento dos sintomas variou de um a oito dias.
“As infecções mais graves podem ter períodos de eliminação (do vírus) ainda mais longos”, ressaltou Sharma, professor da Faculdade de Medicina da Yale e coautor da pesquisa.
No entanto, os especialistas destacaram que o estudo foi feito com base em uma amostra pequena e que contou apenas com pacientes com infecções leves. Por isso, não está claro quais resultados semelhantes poderiam ser observados entre doentes mais graves, como idosos, pessoas com sistemas imunológicos debilitados e sob tratamento com imunossupressores.
“São necessários mais estudos para descobrir se o vírus detectado por PCR em tempo real pode ser transmitido em etapas posteriores da infecção por covid-19”, afirmou Lixin Xie, professor da Escola de Medicina Pulmonar e Cuidados Críticos do Hospital Geral PLA.
FONTE: R7