RO: pai e madrasta são presos por acorrentar criança de 10 anos em casa

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Um caso de tortura e maus-tratos chocou a população de Porto Velho. Um menino de 10 anos foi encontrado acorrentado a uma janela, debilitado, faminto e com ferimentos pelo corpo, dentro da própria casa, no bairro São Sebastião. O pai e a madrasta da vítima foram presos em flagrante, na segunda-feira (20), após o crime ser descoberto por um funcionário da Energisa, que foi cortar a energia de uma residência vizinha. O juiz da Vara de Proteção à Infância da Comarca de Porto Velho, Flávio de Melo, decretou na terça-feira (21) as prisões preventivas do casal, considerando os fatos bastante graves.

Segundo o relato do funcionário da Energisa, ele estava realizando o corte de energia em uma casa próxima quando uma criança pediu ajuda, e disse que seu colega estava preso acorrentado e passava fome. O funcionário informou ao seu supervisor, que entrou na residência e encontrou a vítima acorrentada a uma janela, debilitado, magro, com lesões na perna e queimaduras. Rapidamente, uma equipe da Polícia Militar foi acionada e soltou a criança, que foi socorrida até a Policlínica Ana Adelaide.

A PM conseguiu contato com um irmão mais velho da vítima, que confessou que acorrentou o menino a mando do pai. Os policiais descobriram onde a madrasta da vítima trabalhava, em uma empresa de doces, e foram até o local. Questionada, ela afirmou que sabia que a criança era acorrentada, mas que por não ser filho dela, não tinha responsabilidade sobre a criança. Os policiais seguiram até o trabalho do pai, em uma usina, e o informaram da situação em que o filho dele se encontrava. O homem disse apenas que saiu de casa para trabalhar logo no início da manhã, deixando seu filho mais velho responsável pela vítima.

Durante a confecção da ocorrência, o irmão mais velho da criança relatou que as condições em que o menino foi encontrado foram mediante ordem do seu pai e ciência da madrasta, que moravam na mesma casa. Aos policiais, a vítima disse ainda que estava acorrentado há três dias. Presos, pai e madrasta foram levados para o Departamento de Flagrantes. Na delegacia, o casal chegou a dizer que não sabia que a criança estava acorrentada.

O juiz Flávio de Melo determinou o acompanhamento de três outros menores, que moravam na mesma casa, pelo núcleo psicossocial do Tribunal de Justiça. Eles estão na casa de parentes, mas se os profissionais da Justiça verificarem sinais de maus tratos poderão ser levados para abrigos. O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).