O Diário Oficial da União publicou a portaria nº 541, de 15 de maio de 2019, assinada pelo ministro da Justiça Sérgio Moro, com a demissão do Policial Rodoviário Federal Jacques Wilton de Souza Pereira, de Vilhena, que foi condenado à perda da função pública em ação criminal no ano de 2010, pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Vilhena.
Na época, Jacques foi condenado por extorsão contra os empresários Vandeci (morto em 2013) e Pedro Rack (da Rical) em consequência de um triângulo amoroso havido entre, a ex-namorada do PRF com o empresário Vandeci, no ano de 2009. A mulher trabalhava na empresa.
Em fevereiro de 2009, ela marcou um encontro com o empresário, que queria pôr fim ao relacionamento, no Motel Volúpia. Sem saber que seria alvo de uma agressão, Vandeci compareceu ao local e data programados, quando foi surpreendido pela presença do policial, que estava escondido no banheiro.
O empresário foi duramente agredido pelo policial a chutes, tapas e coronhadas, mas conseguiu se refugiar no banheiro do motel, após travar luta corporal com o agressor que saiu do local às pressas junto com a namorada para fugir do flagrante.
Os problemas estavam apenas começando para o empresário, que além de ter ficado com várias costelas quebradas e escoriações pelo corpo, impedido de trabalhar por um mês devido as agressões ainda teve que fugir da cidade. Isso porque começou a sofrer serias ameaças de morte do policial através de telefonemas e mensagens.
Segundo a denúncia, Vandeci contou a situação para o irmão e sócio Pedro Rack uma semana depois. A então namorada do policial foi imediatamente demitida da empresa. Depois disso, as ameaças só aumentaram e passaram a ser proferidas, inclusive contra a família dos empresários. O policial queria R$ 50 mil e ainda a readmissão da namorada pela empresa.
As mensagens ameaçadoras encaminhadas às vítimas, segundo as investigações, partiram das linhas de celular de números (69) 9268-9117 e (61) 9186-3377 eram originadas do aparelho celular do réu Jacques Wilton de Araújo Pereira, segundo a perícia. O acusado enviava as mensagens de vários chips diferentes, mas de único aparelho celular cuja identificação era o serial 3556240267819500 (IMEI).
Os aparelhos do casal foram apreendidos após a decretação da prisão preventiva dos dois pela Justiça de Vilhena.
DEPOIMENTO
Em seu depoimento à época, Jacques negou a extorsão e disse que só foi ao encontro no motel para convencer a vítima a não mais assediar sua namorada e que parasse de fazer propostas de subornos para que ele, como policial rodoviário federal, diminuísse as fiscalizações sobre os caminhões da empresa da Rical.
Já a namorada do policial diz que agiu a mando dele, inclusive o envenenamento de dois cães de propriedade da empresa. O próprio réu foi quem lhe forneceu o veneno e os ´bolinhos´ envenenados dado aos cachorros. Ela relatou ainda que foi pressionada a ter que assumir sozinha as encrencas do namorado no caso. O laudo feito nas vísceras dos cães da empresa, um boxer e um labrador, atestou que eles foram mortos por envenenamento causado por raticida (Furdan e Era Rato).
Por isso, além do crime de extorsão, o policial ainda foi condenado pelo crime de maus-tratos a animais. A pena aplicada ao casal foi de 12 anos e oito meses além de pagamento de multa e perda da função pública ao policial. Veja abaixo DOU da exoneração publicado essa semana.
Do Via Rondônia