No último sábado, 16 de junho aconteceu a primeira etapa do campeonato estadual de MMA (Mixed Martial Arts ou traduzido para o português – Artes Marciais Mistas) em Vilhena. Mesmo após uma semana do evento, os atletas e a torcida ainda relembram os fatos e dizem que o evento não dispôs de estrutura suficiente, muito menos organização.
Platéia:
O advogado Helio Baptista, 34 anos, praticante do esporte, esteve no ginásio e afirmou que o evento foi totalmente desorganizado. De acordo com ele, o organizador do evento, conhecido como “Ninja Brasileiro”, se concentrou em diversas funções, visando o interesse financeiro. “Ele ficava na bilheteria, depois narrava e chegou até a arbitrar o evento”, reclamou.
Helio ainda contou que na primeira luta, o Ninja Brasileiro arbitrou de maneira equivocada e irresponsável, em desacordo com as regras da categoria. Diante disso, teria começado uma confusão, pois a platéia ameaçava invadir o ringue que foi seguido por um “bate-boca” entre espectadores e a organização. Após os ânimos se acalmarem, o advogado conta que outra pessoa começou a arbitrar o MMA o que “salvou” o evento.
Academias:
O personal fight, Junior Oliveira, 20 anos da academia Team Oliveira, reiterou que não existiu organização no evento. “O ringue parecia uma jaula de galo. Nossos atletas só foram competir porque se inscreveram”, enfatizou.
Junior reclama também da falta de assistência médica. “Tivemos dois atletas lesionados e tudo foi por nossa conta”, disse. O sensei Breno Oliveira, 26 anos, da equipe Garra de Artes Marciais, completa que não houve estrutura nenhuma para o MMA. “A pessoa que organizou não é do meio e quis fazer tudo sozinha”, expôs.
Breno também ressalta a questão da arbitragem. “A arbitragem da primeira luta foi péssima, quase prejudicou os atletas”, endossou. No entanto, apesar dos problemas apresentados pela organização, o sensei disse que o evento mostrou que os vilhenenses gostam de MMA e que a cidade tem atletas excelentes.
Segundo arbitro da noite do MMA:
O instrutor de artes marciais, Anderson Bezerra, 28 anos, o “Andinho” também falou da organização. “Ele avisou as academias em cima da hora. Não mandamos atletas”, destacou. Anderson conta que foi prestigiar o evento, mas quando o Ninja Brasileiro começou a arbitrar, alunos e professores pediram para ele interferir.
“Quando a gente vê alguma coisa errada na nossa área, a gente tem que intervir. Ele não tinha informação adequada para poder arbitrar, tanto que quase prejudicou os atletas”, contou.
Além disso, Anderson criticou que a luta parou várias vezes de maneira inadequada. Ademais, ele também reclamou que o ringue era feito de madeira, com colchões amarrados e que a lona estava solta. “O organizador não se preocupou com os atletas”, avaliou.
Com isso e com os apelos de outras pessoas, Anderson começou a arbitrar as outras lutas. “A intenção dele foi boa, de mostrar a modalidade para a cidade. Ele foi corajoso, mas pecou em não convidar outras pessoas para ajudar”, concluiu.
Ninja Brasileiro:
O organizador do MMA em Vilhena, Gilei Juvêncio, 36 anos, conhecido como Ninja Brasileiro ou ainda como Gilei Careca, se defendeu das acusações. Ele contou que o locutor brigou com o técnico de som e foi embora. Diante da situação ele foi obrigado a ser o narrador do evento.
Sobre a questão da bilheteria, Gilei explicou que havia pessoas escaladas para a função, no entanto, elas não chegaram no horário marcado. “Eu organizei o evento com recursos próprios. Não tive apoio financeiro de ninguém”, justificou.
Referente à assistência médica, Gilei afirmou que havia dois médicos e duas enfermeiras no local, com ambulância. “Eu pedi para o secretário de saúde a disposição de três leitos no hospital. Os atletas lesionados foram atendidos. A minha preocupação maior foi com a integridade física dos atletas”, garantiu.
Gilei também afirma que a arbitragem da primeira luta foi realizada dentro das regras. “Pratico MMA há 20 anos e garanto que a luta que arbitrei foi dentro das regras. Quem está falando mal, não conhece as regras. Convidei o Andinho para arbitrar, porque precisava ir para a locução”, justificou.
O organizador ainda explicou que o ringue, foi montado no padrão de box, 6X6, e munido de segurança. “O ringue não estava bonito, mas estava seguro, pois nenhum atleta caiu fora dele”, argumentou.
Gilei disse que pretende continuar com o projeto de organização de MMA em outras cidades. “Os atletas que estão reclamando é porque perderam ou representam academias que perderam e querem colocar a culpa em alguém”, finalizou.