Dos ataques envolvendo animais venenosos em Vilhena as abelhas estão no topo da lista. Os pequenos insetos produtores de mel já foram responsáveis por 35 incidentes apenas neste ano, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, na divisão de epidemiologia. Em 2011, foram 28 ataques.
O último caso foi registrado no dia 16 de setembro quando o pequeno Ari Eduardo de Oliveira, de 6 anos de idade foi atacado quando brincava na casa de um vizinho próximo ao Rio Pires de Sá, no centro da cidade. A criança levou mais de 30 ferroadas por todo corpo e teve que ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros (CB).
Douglas Cauã de oito anos, que estava com Ari no momento do ataque também levou ferroadas, mas conseguiu escapar. A mãe de Douglas, a cozinheira Mônica Simão, foi quem socorreu as crianças após ouvir os gritos.
“Cheguei lá e vi o meu filho correndo e o Ari rodeado de abelhas. Fui socorrer e algumas também me atacaram, grudando em meu cabelo”, relembra Mônica.
O rápido socorro dos bombeiros salvou a vida do menino que ficou com olhos, orelhas e lábios inchados além de passar febre alta e vômitos. De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros de Vilhena, o tenente Iranildo Dias, ocorrências desse tipo são mais comuns no início e na metade do ano, período das férias escolares, tendo as crianças como as principais vítimas.
“Nas férias os ataques de abelhas aumentam por dois motivos. O primeiro é que as crianças saem para brincar em locais perigosos e segundo é que registramos muitos pedidos de remoção das colmeias nas dependências das escolas que, por ficarem semanas sem alunos, é comum que as abelhas optem por construir suas colmeias no prédio”, explicou o tenente.
Em 2011 as picadas de abelhas vitimaram uma pessoa em Vilhena que recebeu centenas de ferroadas. No entanto, o tenente explica que não é apenas o elevado número de picadas que podem levar ao óbito, segundo ele, a maior causa de mortes diz respeito à alergia ao veneno.
“Se a pessoa for alérgica e tomar uma ou duas ferroadas pode sim desenvolver um quadro em inchaço obstruindo as vias respiratórias e levando a morte. Em 2008 socorri uma criança que levou dezenas de picadas por todo o corpo, foi levada para Porto Velho e sobreviveu”, observa.
“Só estamos autorizados a exterminar maribondos, por exemplo, abelhas não”, disse Iranildo.