Conheça as profissões que terão mais vagas na indústria até 2023

Atividades ligadas à tecnologia despontam. Alta será de 22% para condutor de robôs

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O avanço da inteligência artificial e da computação em nuvem nas empresas vão impulsionar a procura por empregos ligados à tecnologia. Profissionais habilitados a operar robôs, especialistas em programas computacionais e pesquisadores de engenharia são algumas das ocupações que vão experimentar forte avanço nos próximos quatro anos, aponta a pesquisa Mapa do Trabalho Industrial 2019-2023, feita pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Essas “novas” profissões vão crescer 22,4% até 2023. É o caso de condutores de processos robotizados. Já a demanda por pesquisadores de engenharia e tecnologia deverão ter avanço de 17,9%, seguido por especialista em comunicação de dados, com crescimento de 15%.

Por outro lado, aponta o Senai, o crescimento médio para todas as ocupações industriais é de 8,5%. Na opinião de Rafael Luchesi, diretor-geral do Senai, há uma expressiva ampliação de empregos ligados à intensidade tecnológica.

– Esse resultado reflete as mudanças na indústria, com a automação do processo de produção. Nas fábricas, as máquinas têm se tornado mais complexas, o que exige um maior conhecimento dos profissionais capazes de operá-las. Ocupações que têm a tecnologia como base serão as com o maior crescimento. O mundo vive a 4ª revolução industrial e o estudo mostra que o Brasil está cada vez mais inserido nesse mundo – afirma Luchesi.

E a demanda por esses profissionais vêm de diferentes áreas. Destaque para companhias que atuam com pesquisa  e desenvolvimento, metalmecânica, construção, logística, alimentos e informática, entre outros.

De acordo com Luchesi, a esperada recuperação econômica para os próximos anos vai elevar o investimento das empresas em bens de capital (máquinas) embarcados com tecnologia de ponta. Por isso, explicou ele, o mercado vai exigir profissionais com maior qualificação.

Luchesi lembra que o interesse da indústria por profissionais com maior conhecimento tecnológico também tem ocorre no setor de serviços. Ele cita a área de saúde e seguros. A Med-Rio Check-up, empresa de medicina preventiva, vem investindo em equipamentos que permitem exames menos invasivos e de maior nitidez de imagem integrados a softwares, cita Gilberto Ururahy, cofundador da empresa.

Assim, diz ele, os profissionais conseguem examinar os resultados de forma conjunta e, com isso, apontar problemas futuros, gerando resultados de forma mais ágil.

-A tecnologia está transformando empresas e indústrias. E isso está demandando a busca por novos profissionais e exigindo  o treinamento constante dos funcionários. Um ponto central é o uso de softwares integrados em todo o processo. Isso exige tempo e recursos financeiros e de pessoas – afirmou Ururahy.

Já o Grupo Case, que atua na gestão de benefícios de seguros em saúde, criou a Itech Care, que usa tecnologia para ajudar empresas a reduzir os custos com gastos médicos.

Segundo Rafael Motta, diretor-executivo do grupo, foram desenvolvidos 25 softwares preditivos capazes de coletar e integrar dados com uso de inteligência artificial, machine learning e big data, que permitem um diagnóstico em tempo real do controle da gestão da saúde das empresas.

– O objetivo foi criar uma solução  que permita o controle dos gestores em saúde, porque nossa tecnologia conhece o cliente de forma individualizada, sugerindo procedimento ideais  – disse Motta.

Pedro Almeida, ex-vice-presidente da área de vendas da IBM América Latina e sócio do Grupo Case, diz que o objetivo é permitir a prevenção na área de saúde.

– A tecnologia está mudando toda a indústria. Os softwares preditivos vão além da economia nos custos e permitem que o gestor de saúde  possa dar um atendimento preventivo a colaboradores com probabilidades de maior risco futuro em saúde, melhorando a qualidade de vida.

Mas há desafios, aponta Luchesi. Ele lembra que será preciso qualificar 10,5 milhões de trabalhadores nos próximos anos com cursos de nível superior e técnico. Desse total, 22% estarão ainda entrando no mercado pela primeira vez.

– O desafio é ampliar a formação de engenheiros para formação superior e desenvolver cursos técnicos para o nível médio. No Brasil, apenas 8% dos jovens de 15 a 17 anos fazem educação técnica e regular. No exterior, esse índice chega a 50%. É importante que as pessoas conheçam as tendências para adequar seus projetos de vida – destacou Luchesi.

Áreas com maior demanda por formação

1. Informática

2. Gestão

3. Construção

4. Metalmecânica

5. Produção

 

 

Fonte: O Globo