Familiares de Vanessa Roman prestam homenagem à jovem que faria 26 anos hoje

Larissa Roman conta detalhes sobre o acidente e lamenta que a irmã não possa festejar mais um ano de vida: 'É revoltante"

30526
Vanessa Roman e sua sobrinha de 5 anos

A jovem Vanessa Karoline Roman de Carvalho completaria hoje 26 anos de idade, se não fosse a irresponsabilidade de um motorista que tirou sua vida no último sábado, 14. (LEIA AQUI)

O VILHENA NOTÍCIAS entrevistou Larissa Roman, irmã de Vanessa, que conta como tem sido a rotina da família após a tragédia.

“Está sendo muito difícil para todos nós, a Vanessa era o braço direito da família. Ela se preocupava com todos nós, era ela quem administrava a empresa da família, a Retcar Retífica de Motores, que era tudo para a Vanessa. Ela era sócia do meu pai e quando saiu do antigo emprego juntou todo o dinheiro que recebeu no acerto para ajudar a abrir a empresa. Ela fazia de tudo por nós e fazia o que podia para a família da namorada dela, a Talissa. Era uma pessoa muito organizada, muito justa e merecia tudo o que conquistou. A Vanessa amava estar em família, sempre fomos muito unidos e estamos passando por dias difíceis. Gostaria muito de agradecer minha patroa, que se solidarizou com a nossa dor e me permitiu ficar em casa, junto com a minha família nesse momento que está sendo tão difícil para nós”, declara Larissa.

Larissa conta que o suporte que Talissa tem dado á família está sendo essencial neste momento:

A Talissa é uma pessoa maravilhosa, minha irmã amava muito ela. Ela e a família dela esteve conosco desde o dia do acidente, nos confortando e nos ajudando no que fosse preciso e somos muito gratos por isso, pois sabemos que também está sendo muito difícil para ela. Deus sabe de todas as coisas e sabemos que nossa irmã está com Ele. A Talissa é a irmã que nós ganhamos e amamos muito ela”.

Em homenagem à irmã, Larissa deixa uma carta para Vanessa já que hoje, seria comemorado seu aniversário:

Carta para minha irmã:

É minha irmã tem sido dias terríveis sem você aqui, queria poder acordar amanhã e ver você lá na frente esperando para levar o Noah para vó dele, queria poder final de semana esperar uma msg sua chamando pra um churrasco na casa da Talissa, queria poder dizer que você é e sempre será um exemplo pra todos nós. Eu queria ter feito mais minha irmã por você naquele hospital, me perdoa se não fiz eu tentei de verdade. Eu sei que está bem e está com Deus agora. Seus sobrinhos te amam viu, e nós também! Prometemos que estaremos juntos ajudando o pai na firma e em tudo, que o que vc fazia sozinha, iremos nos três fazer. Dói saber que você se foi e que hoje dia 17/08 estaríamos organizando o nosso churrasco, aquele churrasco que você amava, dói saber que não esta aqui mais. Comemore aí do céu que comemoramos daqui debaixo 😔
Te amamos Muito 🖤😭

 

 

A CRIANÇA

A sobrinha de Larissa de 5 anos que estava com Vanessa no dia do acidente, passou uma cirurgia aqui em Vilhena no mesmo dia. Ela fraturou o fêmur, o joelho e a tíbia, teve várias lesões pelo corpo e rosto e foi transferida para o hospital de Cacoal. Amanhã a criança irá passar por outra cirurgia e seu estado de saúde ainda é considerado grave.

“Minha sobrinha está em Cacoal em estado grave. Já passou por uma cirurgia aqui em Vilhena e vai passar por outra amanhã. Ela está sofrendo muito, sente muitas dores. Ela perguntou várias vezes pela tia e minha outra irmã que é a mãe dela, contou que a Vanessa virou uma estrelinha. É muito triste. Perdemos a minha irmã e minha sobrinha de 5 anos está sofrendo em um hospital por causa de um irresponsável. É revoltante”, lamenta Larissa.

Vanessa e os sobrinhos Helena, Eloa e Noah

O DIA DO ACIDENTE

Larissa conta que mora com outra irmã, mãe da criança que estava com Vanessa no dia do acidente. Vanessa passou em sua casa no período da manhã para pegar a sobrinha, estava resolvendo algumas coisas na rua e levaria a criança para almoçar em um restaurante.

“No momento em que a Vanessa estava indo ao restaurante, aconteceu o acidente. Ela saiu da BR-364 e ao atravessar a Av. Marechal Rondon para seguir para o Centro, foi atingida violentamente por um jovem irresponsável que tirou a vida dela. Ligaram para minha outra irmã, mãe da Helena, que estava no trabalho e avisaram que ela havia sofrido um acidente. Minha irmã desmaiou ao receber a notícia. Logo após me ligaram e eu fui para a UPA. Ao chegar, minha sobrinha chorava e gritava de dor e minha irmã tinha sido levada para fazer uma tomografia”.

Larissa conta que ficou revoltada ao ver o rapaz que causou o acidente recebendo atendimento e sua sobrinha e sua irmã gritando de dor.

“Me informaram que minha sobrinha estava estável e que minha irmã havia sido encaminhada ao Hospital Regional para fazer uma tomografia. Quando minha irmã retornou, me deixaram ver ela, e a primeira coisa que ela quis saber, era como minha sobrinha estava, e eu disse que ela estava bem. A Vanessa reclamava de falta de ar e nesse momento pediram para que eu saísse da sala e do lado de fora eu escutava a Vanessa e minha sobrinha chorarem de dor. Eu vi o estado que elas estavam e vi que era grave. As duas estavam muito machucadas. Me doeu muito ver minha irmã e minha sobrinha chorando de dor, e o causador daquilo recebendo atendimento e as duas sozinhas ali do lado, sofrendo. Quando a mãe da Helena entrou na sala para ver elas, a Vanessa teve uma parada cardíaca, então a equipe medica entrou para tentar reanimá-la”.

“Acredito que todos estejam revoltados assim como nós. Minha irmã está morta e minha sobrinha ainda está sofrendo. Ele saiu andando da UPA. Ele deu uma entrevista dizendo não se lembrar de nada, mas se preocupou em saber se a moto tinha sido danificada no momento em que minha irmã estava sendo reanimada dentro da UPA”.

 

CONFUSÃO NA UPA

Larissa também afirma que houve sim uma confusão dentro da UPA no momento em que o rapaz perguntou pela motocicleta. Ela diz que naquele momento, foi impossível controlar seu pai e seu primo que presenciaram toda a situação.

“Houve sim uma confusão na UPA, meu pai e meu primo perderam a cabeça e não tiro a razão deles. Minha irmã havia acabado de ter uma parada cardíaca e nós não tínhamos nenhuma informação do estado de saúde dela. A presença dele ali naquele momento já estava nos incomodando por saber que ele tinha sido o causador de tudo aquilo, não tínhamos notícias da minha irmã e ele vai perguntar como estava a moto? Foi revoltante e meu pai e meu primo não conseguiram se conter. Mas agradeço muito à Polícia Militar que estava lá, fizeram o trabalho deles, mas também nos entenderam. Eles sentiram a nossa dor e somos gratos aos policiais. Nós queremos justiça e vamos lutar por isso. Vamos tomar todas as providências cabíveis perante à justiça”.