Leituristas do Saae relatam ataques de cães ao entregar faturas e pedem ajuda da população

Um ataque a cada dois meses: cães soltos dificultam leitura de hidrômetros

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Foto: reprodução

Com objetivo de prevenir ataques de cães aos servidores da autarquia, o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Saae) orienta a população sobre a importância de alguns cuidados. Entre os fiscais e encanadores, os leituristas são os principais alvos dos acidentes com os animais.

Para evitar ou diminuir os acidentes, a autarquia orienta os moradores a seguir algumas ações preventivas, como colocar placa indicativa, manter o animal preso longe do medidor de consumo (hidrômetro) e instalar corretamente caixas de correspondências sempre viradas para fora, para evitar que o leiturista tenha de colocar a mão para dentro do portão.

De acordo com levantamento feito pelo órgão, em 2018 ocorreram seis acidentes com servidores, todos causados por ataques de cães. Nesse número não estão contabilizados os casos em que o servidor foi atacado mas conseguiu escapar.

O leiturista Weslen Henrique Veríssimo de Carvalho relata que nunca chegou a ser mordido, mas que precisa tomar cuidado redobrado para não se machucar durante o trabalho. “Na maioria dos ataques, as residências não possuíam nem portões e os cães estavam soltos. Alguns casos até tinha portões, no entanto as cercas estavam em péssimas condições, cheias de buracos, facilitando o ataque”, explicou.

Companheiro de trabalho de Weslen, o servidor Claudemir Fernandes de Assis revela que não teve a mesma sorte. “Fui atacado por duas vezes e mordido, sendo que, numa delas, o morador veio com um martelo pra bater em mim após eu tentar afastar o cachorro”, contou.

Além do afastamento do trabalho e dos danos à saúde do servidor, os ataques de cães também geram custos extras para os cofres da instituição, explica o diretor do Saae, Maciel Wobeto. Com o servidor afastado as faturas deixam de ser entregues em tempo hábil para o pagamento, e, consequentemente, aumenta a inadimplência. Os servidores do Saae relatam que na maioria dos casos não acionaram a Polícia e nem registraram boletim de ocorrência, temendo sofrer represálias.

Não foi o caso da leiturista Lucinea Martins, que sofreu quatro ataques, sendo o último em 2009, quando entregava faturas. Após ser hospitalizada e ficar afastada por dois dias do trabalho, a servidora ficou traumatizada e precisou inclusive de acompanhamento psicológico. Hoje, atuando no atendimento ao público, Lucinea relembra que levou o caso adiante e conseguiu na Justiça que o dono do animal fosse responsabilizado.

O Saae alerta aos donos dos animais sobre a responsabilidade civil e criminal, prevista em legislação. Eles podem responder por aquilo que ele o animal cause a outra pessoa, estando sujeitos a multa, prestação de serviços comunitários ou até detenção.

 

Fonte: Assessoria Saae