Mãe e filho que mandaram matar cabeleireiro são condenados em RO

Crime aconteceu em maio de 2016; vítima era vizinha dos réus há 20 anos. Acusados teriam pagado para que um adolescente matasse o homem a tiros.

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Uma mulher de 38 anos e o filho de 19 foram condenados a mais de 15 anos de prisão por encomendarem a morte do próprio vizinho, o cabeleireiro Jeová Duarte Teixeira, de 52 anos, em maio de 2016. Os réus foram julgados nesta semana no Tribunal do Júri de Vilhena (RO), no Cone Sul, mesma cidade onde ocorreu o crime.

No julgamento, a juíza Liliane Pegoraro Bilharva condenou Valdinete de Souza Soares a 17 anos de prisão pelos crimes de homicídio e corrupção de menores. Já o rapaz, Weslen Soares de Jesus, deverá cumprir 15 anos e seis meses de reclusão. Foi negado aos acusados o direito de recorrer em liberdade.

G1 entrou em contato com a defesa deles, o advogado Márcio de Paula Holanda, que declarou que irá recorrer da sentença condenatória na intenção de diminuí-la.

Crime
Conforme a Justiça, o homicídio teria acontecido por motivo “torpe”. Valdinete era vizinha de Jeová há 20 anos e sempre tiveram desavenças por causas banais.

A última discussão iniciou em razão da construção de uma calçada feita pelo cabeleireiro. A mulher não concordava com a obra e precisou a interferência da Polícia Militar (PM) no local para que a calçada fosse concluída.

Foi então que Valdinete entrou em contato com um amigo do filho, um adolescente na época com 16 anos, e ofereceu a ele R$2mil para que executasse o vizinho. A arma do crime teria sido entregue ao adolescente pelo filho da mulher.

Na manhã do dia 10 de maio de 2016, o menor foi à casa de Jeová realizar o ‘serviço’. Primeiro, fingiu ser um cliente e insistiu para que o cabeleireiro fosse até o salão para que cortasse seu cabelo. Ao convencê-lo, o homem saiu de casa e na entrado do local de trabalho, foi recebido pelo garoto a tiros. Antes de o resgate chegar, o homem veio a óbito. Já o infrator fugiu de bicicleta.

Quinze dias depois de Jeová morrer, Valdinete e a família se mudaram para outra casa. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso e no dia 8 de julho, apreendeu o adolescente por causa de outro crime, uma tentativa de homicídio.

Quando o garoto foi prestar depoimento ao delegado, confessou ter assassinado o cabeleireiro. Disse que no acerto, mãe e filho teriam pagado a quantia de R$ 500 antes do crime, e o restante iria ser repassado após o assassinato. O menor alegou também que ficou com a consciência pesada  por matar o homem e que não conseguiu aceitar o restante da quantia.

Depois do depoimento, Valdinete e Weslen foram presos. Durante o processo, a defesa da ré requereu impronuncia da acusada alegando que não haviam provas de que ela fosse coautora do crime. Sustentou ainda que Valdinete não possuía condições financeiras para contratar a execução e que tinha a saúde mental perturbada.

Por causa disso, foram feitos exames para comprovar o estado mental da ré. Os resultados comprovaram que ela é imputável, ou seja, que tem plena capacidade de responder por suas atitudes. Os pedidos para que Weslen respondesse em liberdade também foram negados pela Justiça. Assim, ambos permaneceram presos até serem julgados.

 

FONTE: G1