Dez mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nesta quinta-feira (8) em dois estados através da operação “Pare e Siga”, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para investigar desvios financeiros na construção da nova sede da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Rondônia. Os mandados são cumpridos em Porto Velho, Ji-Paraná (RO) e Manaus.
Os desvios apurados até agora, segundo a PF, chegam a R$ 1,1 milhão e a obra deve ficar R$ 14 milhões mais cara do que o previsto.
Também há suspeitas de irregularidades na contratação de uma nova empresa para realizar o levantamento do que falta ser executado na construção.
A operação é realizada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF).
A Justiça Federal também determinou o afastamento cautelar do cargo do atual superintendente regional da PRF de Rondônia, Bruno Ferreira Malheiros, além do bloqueio e sequestro de bens e o afastamento do sigilo bancário de envolvidos.
De acordo com a PF, as investigações começaram em 2014 e revelaram indícios da prática de peculato, associação criminosa, dispensa irregular de licitação, superfaturamento de serviços e pagamentos ilegais. Todas essas irregularidades estão ligadas à contratação irregular de uma empresa para a construção na nova sede da PRF no estado.
Uma das fraudes investigadas é na valor correspondente às medições na obra. A empresa contratada pela PRF para fiscalizar a obra avaliou os serviços executados em R$ 70 mil. No entanto, o valor aprovado pela comissão do órgão foi de R$ 263 mil, 300% a mais, conforme PF.
Em 2014, o superintendente da PRF teria rescindido o contrato com a empresa de fiscalização após não ter atendido o pedido dele de trocar o profissional que “dificultava” a aprovação das medições. Depois disso, nenhuma outra empresa foi contratada para seguir com a fiscalização da construção.
Um dos mandados é cumprido na sede da PRF em Rondônia. A construção do novo prédio, na BR-364, estava avaliada em R$ 21 milhões, tinha prazo de um ano e deveria ter ficado pronta no fim de 2014. Mas, de acordo com as investigações, esse valor foi pago e apenas 75% da obra foi concluída.
Os investigados foram intimados a prestar esclarecimentos sobre os fatos apurados nas unidades da Polícia Federal. O superintendente afastado segue no cargo de policial rodoviário federal.
A PRF ainda não se manifestou sobre a operação. A reportagem tenta contato com a defesa do superintendente afastado.
Reportagem em atualização**
Fonte: Portal G1