Rainhas da Pesca: grupo de mulheres vilhenenses organizam pescaria no rio Guaporé

Terceira edição da pescaria contou com 28 mulheres.

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Um grupo de mulheres está fazendo história ao realizar pescarias no rio Guaporé. Conhecidas como as “Rainhas da Pesca”, essas mulheres estão desafiando estereótipos de gênero e mostrando que a pesca não é apenas uma atividade para homens.

A iniciativa das “Rainhas da Pesca” tem sido um sucesso, atraindo cada vez mais mulheres para a atividade. Elas realizam o encontro uma vez por ano para compartilhar experiências. Durante os encontros, as pescadoras realizam competições entre as esquipes com prêmios adquiridos por meio de patrocinadores.

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Joelma Souza, uma das integrantes do grupo, conta como surgiu a ideia de organizar a pescaria só para mulheres.

“A idealizadora do projeto foi a Luciene Tabalipa, que teve a ideia de formar uma pescaria somente com mulheres e como temos casa na Vila Neide, um dia decidimos colocar esse projeto em prática. Na primeira edição fomos em 12 mulheres, na segunda 17 e na última 28. Somos vilhenense, mas temos amigas de várias cidades que participam. Temos uma amiga que vem dos Estados Unidos para a nossa pescaria. E recebemos muitas mensagens de mulheres querendo participar”.

Ela também explica como funciona a dinâmica da pescaria das mulheres.

“As mulheres são dividas em equipes, e cada equipe tem seu piloteiro profissional. A equipe que pegar o maior peixe, ganha o prêmio adquirido por meio de patrocínio. O piloteiro da equipe vencedora também ganha. É uma experiência maravilhosa, conhecemos novas pessoas e nos divertimos bastante”.

Mas nem tudo é diversão. A mulherada passa por alguns ‘perrengues’, mas Joelma garante que vale a pena e que elas sempre tem uma história para contar.

“Nessa última edição, minha equipe que era formada por três mulheres e o piloteiro, subimos o rio mais ou menos 2 horas para chegar em um local onde sabíamos que era ‘bom de peixe’, mas o motor parou de funcionar e ficamos à deriva no rio à noite. Tinha uma barraca no barco, então paramos e acampamos na mata. Ficamos com muito medo, acendemos uma fogueira e passamos a noite ali. Quando amanheceu, descemos para a casa. Apesar do piloteiro ser experiente, estavam todos muito preocupados. Nos abraçamos e choramos. Enfim, pescaria é isso”.

Aline Honorato é outra integrante do grupo, diz que já está ansiosa para a próxima edição.

“É uma aventura incrível e ao longo desses três anos colecionamos muitos momentos que jamais serão esquecidos.  Faz bem para o corpo, para a alma e para o espírito e viver aquilo é fantástico. O contato com a natureza, a energia, as brincadeiras, é tudo maravilhoso. Eu gostaria que todas as mulheres pudessem ter essa experiência”.