VILHENA: Filha denuncia pai que estuprava sua irmã e sobrinha; homem tem 70 anos

Homem é um professor estadual aposentado.

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Após casos envolvendo assédio e estupro de menores terem sido veiculados nos últimos dias, uma moradora de Vilhena, de 39 anos, decidiu expor o caso que chocou sua família. Os frequentes estupros que sua irmã e sua sobrinha sofreram do seu próprio pai. Um professor estadual de 70 anos, aposentado em Vilhena.

Apesar dos casos terem acontecido há algum tempo, só foi revelado pela primeira vítima em fevereiro deste ano. Delatora conta que traz mágoa e consequentemente uma dúvida sobre o fato de sua mãe saber ou não do caso. Ela cortou relações com o pai e se limita a mensagens de WhatsApp com a mãe.

A denunciante, também servidora pública do estado, mãe de quarto filhos, conta que os casos começaram no longínquo ano de 1984 quando a família se mudou do estado do Paraná e veio para Vilhena. “Minha irmã conta que a primeira lembrança que tem sobre ser tocada pelo meu pai é aqui em Vilhena”.

As ações de estupro e assédio duraram nove anos (dos 3 aos 12 anos da primeira vítima) até que a adolescente passou a conseguir fugir do assediador. “Minha irmã contou que meu pai a estuprava. Isso, até que ela cresceu um pouco e conseguia fugir dele. Meu pai era tão degenerado que ao construir um banheiro em casa ele fez duas portas. Uma dessas portas dava para a rua. Ele usava essa porta para entrar escondido e estuprar minha irmã. Eu me lembro dele ter mexido comigo, mas nunca aconteceu nada comigo. Antes da minha irmã nos contar sobre o fato, eu até imaginava que ele era imundo, mas não que tinha chegado a esse ponto com a própria filha”, contou.

Um fato que magoa a filha que fez a denúncia é que o pai, frequentador assíduo de uma igreja evangélica, não se mostra arrependido das ações. “Ele estuprava minha irmã de dia e a noite ia para a igreja. E continua até hoje frequentando a mesma igreja, inclusive participa das campanhas que a igreja faz contra abuso e violência sexual. Na sociedade ele é um homem bem visto, acima de qualquer suspeita“, disse.

SOBRINHA

A Revelação da primeira vítima trouxe outro caso à tona na família. Ao contar o caso aos familiares, a filha de um outro irmão da denunciante, contou que foi abusada pelo mesmo homem, no caso, seu avô. A jovem que tem hoje 26 anos, disse que quando tinha por volta de nove ou dez anos, também foi tocada pelo avô. “Esse caso é tão sujo quanto o da minha irmã. O problema é que minha sobrinha não consegue falar sobre o assunto, nem na presença da delegada. Toda vez que falamos sobre isso ela desaba a chorar e nós ficamos sem saber o que fazer”, lamentou.

BOLETIM E PRESCRIÇÃO

Ao saberem dos casos cometidos pelo estuprador, a denunciante foi até uma delegacia especializada no assunto em Vilhena e ficou surpresa ao registrar o boletim e descobrir que o caso contra sua irmã não poderia ir adiante por que já estava prescrito.

*De acordo com o Conselho Nacional de Justiça o crime de estupro prescreve depois de 20 anos, a contar dos 18 anos da vítima.

Porém, o caso com sua sobrinha, aconteceu entre 2005 e 2006.
Estamos aguardando minha sobrinha melhorar emocionalmente. Todos da nossa família estão tendo problemas emocionais depois disso. Eu mesma estou vivendo a base de remédios, mas não poderia deixar de denunciar esse monstro. Meu único medo é que ele ainda fique impune”, relatou a irmã e tia das vítimas.

MÃE

A entrevista contou que ao saber dos casos, procurou a mãe e conta que ela não esboçou reação alguma ao ser questionada sobre ter conhecimento dos fatos. “Ela foi muito fria com tudo isso. Então, no fundo não sei se ela foi conivente. Ela foi para Curitiba passar algum tempo e o monstro ainda está aqui em Vilhena”, revelou.

A filha conta que apesar de não saber de nenhum caso com alunas, já que o pai era professor, não descarta que ele possa ter feito algo nesse sentido. A denúncia às autoridades e revelação ao Vilhena Notícias serve como alerta a possíveis vítimas.

 

*O site se resguarda a ocultar o nome das vítimas e acusado, porém teve acesso ao Boletim e e mantém contato com a delatora para possíveis novas denúncias.