Adolescente de 13 anos foi morto asfixiado e principal suspeito é o padrasto, diz polícia de Cacoal

Crime foi cometido no dia 5 de junho, e a mãe do menino concorreu para que o crime fosse praticado, diz delegado. Asfixia foi provocada pelas próprias mãos do autor do crime.

111

O inquérito policial da morte de um adolescente de 13 anos foi concluído em Cacoal, e apontou que o garoto foi morto por asfixia. Ao contrário do que foi indicado inicialmente pelo médico legista, a vítima não teve morte natural. O padrasto do menino foi preso nesta semana suspeito de ter cometido o crime.

De acordo com o diretor da Polícia Civil do interior do estado, o crime ocorreu no dia 5 de junho e a mãe do menino concorreu para que o crime fosse praticado, ou seja, teria instigado o marido contra o filho.

O padrasto do adolescente foi preso na última terça-feira (27) em Cacoal, e a mãe, que está grávida de oito meses, foi presa na cidade de São Miguel do Guaporé, onde ficará em prisão domiciliar sendo monitorada por tornozeleira eletrônica.

Arismar Araújo conta que, no dia anterior ao crime, o garoto já havia apanhado e, por isso, resolveu sair de casa, ficando fora durante todo o dia e noite. “A avó, que estava viajando na ocasião, contou em depoimento que o garoto ligou para ela várias vezes dizendo que estava com medo de voltar para casa e apanhar de novo. Com isso, a mulher disse que era para o menino ficar na casa dela. O garoto disse para à avó que mesmo estando lá ficava com medo, pois a mãe e o padrasto tinham a chave do local. Então a avó pediu que o neto passasse travas na porta, o que foi feito pelo menino”, relatou o delegado.

A perícia constatou que a porta havia sido arrombada, e que o padrasto, que é monitorado por tornozeleira eletrônica, esteve no local três vezes. “O sistema de monitoramento é preciso e mostrou que o padrasto esteve no local do crime, inclusive dentro da residência”, contou o delegado.

A delegada que presidiu o inquérito, Fabiana May Brandão, disse que o corpo do garoto apresentava várias marcas de lesões. Ao todo, 13 marcas foram encontradas pelo médico legista, inclusive marcas de defesa. “O médico legista constatou que o garoto foi morto por asfixia provocada pelas próprias mãos do autor do crime, mas que o menino tentou se defender, pois além de marcas de agressões, no corpo dele também haviam marcas de defesa”, disse Fabiana.

No mesmo dia em que o crime foi praticado, o médico legista apresentou à Polícia Civil um resultado informal, onde a necropsia indicou que o garoto teve morte natural, com causas indeterminadas, mas depois, analisando melhor o caso, o médico apresentou um novo laudo.

“O médico legista faz menção no laudo, com a seguinte observação, após ter sido feito um estudo detalhado das fotos e confrontação com a literatura médico legal, a qual apresentou vários números de lesões, as escoriações nos lábios, mucosas e face são compatíveis com a modalidade de asfixia mecânica, provocada por sufocação direta”, afirmou o delegado.

A delegada Fabiana afirmou que a mãe não participou do assassinato, porém instigou o padrasto a ficar com raiva do garoto e provocar a morte. “A única motivação do crime foi a raiva. No domingo (4), quando o garoto saiu de casa, a mãe grávida foi para rua procurar o filho, mas não o encontrou. Como o padrasto usa tornozeleira eletrônica, não pode sair da residência nos domingos, então a mãe teve que procurar sozinha, o que só aumentou a raiva do padrasto contra o garoto”, explicou.

Tanto o padrasto quanto a mãe já foram interrogados pela Polícia Civil, sendo que negaram a autoria do crime. Mas segundo a delegada, diante das provas testemunhais e técnicas, a polícia chegou à conclusão de que há indícios de que os dois praticaram o delito. Ambos estão presos de forma preventiva, e os policiais civis têm o prazo de 10 dias para relatar o inquérito e encaminhar o processo ao Ministério Público.

 

FONTE: G1 Cacoal e Zona da Mata