Agentes de segurança socioeducativos foram denunciados após terem sido filmados agredindo um adolescente em uma unidade de internação em Porto Velho. Imagens do circuito interno, que flagraram as agressões, foram divulgadas por um grupo de servidores que ficou revoltado e decidiu denunciar os colegas. O vídeo que mostra as agressões foi divulgado pelo G1, portal de notícias da Globo. Vídeo
O vídeo mostra um adolescente de 16 anos sendo agredido por um agente na recepção da unidade de internação masculina. Em seguida, outros três agentes se aproximam e o menor recebe socos e chute.
A agressão aconteceu há uma semana na maior unidade de internação masculina, onde ficam menores infratores já sentenciados. O adolescente tinha acabado de sair de uma audiência com um juiz e disse que teria levantado da cadeira e se dirigido até a janela para ver as meninas que passavam.
O vídeo foi encaminhado para a Defensoria Pública e também para o Ministério Público de Rondônia (MP-RO).
O juiz da Vara da Infância e Juventude, Marcelo Tramontini, diz que a agressão é crime pode acarretar a perda do cargo aos agentes.
“Isso pode configurar tortura e também improbidade administrativa e perda do cargo. E tudo o que nós queremos é que os adolescentes que cumprem medidas, possam ser reinseridos na sociedade como pessoas de bem. E agressão física é algo totalmente ilegal”, explica.
O promotor de Justiça Everson Antônio Pini fala que as imagens de outras câmeras de vigilância serão analisadas.
“São mais de 60 câmeras, que eu já tenho informação de que as agressões existiram em outros ambientes, e a partir daí propor as devidas ações”, fala.
A mãe do jovem contou que o filho está internado pela primeira vez e que ficou indignada com a atitude dos agentes.
“Ele está pagando pelos erros que ele cometeu, mas vem um cara e bate… Se fosse o filho dele, ele não ia gostar. Então é doído, né? Até hoje eu estou sentindo. Chorei muito”, conta.
Em nota, a Fundação Estadual de Atendimento Socioeducativo, responsável pelas unidades, informou que os agentes que estavam na equipe do grupo de escolta foram afastados dessa função. Também informou que o caso está sendo apurado pela comissão de processo disciplinar na própria fundação e que as informações são sigilosas.
Fonte: G1