CASO JÉSSICA: Advogada de Ismael recorre de sentença e afirma que jurados ignoraram provas

Laudo pericial indica que corpo da vítima foi carregado por uma única pessoa.

2636
Foto: G1/Vilhena/Eliete Marques

A defesa de Ismael José da Silva apresentou, na terça-feira (28) recurso contra a condenação de um ano de prisão do Tribunal do Júri da Comarca de Cerejeiras. A advogada do réu, Shara Eugênio recorreu da sentença no Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO). Ismael foi sentenciado no último dia 23 de agosto pelo crime de ocultação de cadáver – ele recorre em liberdade, já que está em liberdade há quase um ano. Para o júri, ele ajudou o primo Diego de Sá Parente a transportar o corpo da adolescente Jéssica Moreira Hernandes do local onde ela foi morta até o matagal onde o cadáver foi encontrado. Sentença caso Jéssica.

Também julgado no dia 23, Diego Parente foi condenado a 19 anos de prisão em regime fechado. Os jurados consideraram que ele é o único autor das facadas que mataram a garota. O Vilhena Notícias apurou que a defesa dele também entrou com recurso no TJ, mas o advogado não foi encontrado para comentar.

Veja mais
Julgamento do caso Jéssica chega ao fim depois de quase 30 horas

Entre os argumentos da defesa está o horário de registro de saída de Ismael da Silva do local de trabalho: “pelas imagens de câmeras, depoimentos de testemunhas e pelos laudos periciais resta claro que Ismael saiu de seu local de trabalho por volta das 11h16 minutos e Jéssica teve seu corpo levado para local onde foi encontrado às 09h33 conforme se vê nas imagens de câmeras de segurança que mostram a camionete usada para levar a vítima seguindo em direção ao lugar onde corpo foi encontrado”.

Outro detalhe que chama a atenção é um laudo da perícia. Nele o médico perito diz: “a posição do corpo da vítima no local sugere que uma única pessoa teria levado a vítima do veículo até o meio do matagal, [pegando-a] pela região do ombro e pescoço, com o braço esquerdo e com o direito a região posterior do joelho”, o relatório prossegue, “caso [a vítima] fosse carregada por duas pessoas, um deles a [pegaria] região dorsal (costas) e do pescoço, enquanto o outro a região do membros inferiores, neste caso o corpo ficaria em posição mais estendida e, possivelmente em decúbito dorsal (o corpo está deitado com a face voltada para cima)”.

(Imagem extraída) Folha 9 anexada aos autos do processo.

Para a defesa não resta dúvida à não participação de Ismael no crime, “considerando ainda que Diego é réu confesso na ocultação de cadáver”, destaca Shara Eugênio que concluí, “houve equívoco por parte dos jurados que decidiram “contrário às provas” que atestam a inocência de Ismael”.

 Reviravolta

Anterior à sentença condenatória do dia 23, Ismael chegou a ser inocentado pelo juízo de 1ª instância, mas o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) recorreu e conseguiu reverter a decisão no TJ.

Leia também
Acusado de matar namorada a facadas em ‘teste de fidelidade’ é inocentado pela Justiça de RO

Desaparecimento e morte de Jéssica

A adolescente, então com 17 anos, foi morta com 13 facadas após um suposto ‘teste de fidelidade’. A garota que era estudante de uma escola pública estadual e namorada de Ismael da Silva saiu de casa de bicicleta no dia 20 de abril e foi encontrada morta no dia 24 do mesmo mês, na Linha 4, área rural de Cerejeiras.

Veja mais
Reviravolta: imagens de câmeras e depoimentos podem complicar situação de Diego Parente

Câmera registra imagem do carro de Ismael saindo do local de trabalho às 11h16 do dia 20 de abril de 2017 (data do crime). O corpo já havia sido levado para o matagal quase duas horas antes. Veja imagem abaixo.
Às 9h33 do dia 20 (data o crime) uma câmera registra a passagem da caminhonete usada para levar o corpo da vítima seguindo em direção à estrada onde o cadáver foi encontrado.