Desaparecimento de jovem grávida que saiu para cobrar pensão completa um mês em RO

Taina Carina, de 21 anos, desapareceu no dia 27 de outubro em Monte Negro.

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O desaparecimento da jovem grávida Taina Carina, de 21 anos, em Monte Negro (RO), no Vale do Jamari, completa um mês nesta segunda-feira (27). A estudante sumiu no dia 27 de outubro quando saiu de casa para cobrar a pensão do ex-marido e exigir que ele assumisse a paternidade do filho que ela esperava. A estudante desapareceu no fim do oitavo mês de gestação e a cirurgia do parto estava marcada para acontecer no dia 14 de novembro.

Ao G1, a mãe da jovem diz que a família recebeu muitas informações falsas. “A gente nem está fazendo buscas mais, por que ninguém tem ideia de onde ela possa estar e as pessoas falaram de vários lugares, mas nenhum deles era verdade. Agora não temos outra saída senão acreditar em Deus, mas ainda tenho esperança de encontrá -la com vida”, diz Maria das Graças Mendonça.

Conforme a Polícia Civil, as investigações para tentar localizar a jovem continuam em andamento, mas até o momento ainda não há informações concretas sobre o paradeiro de Taina e nem sobre suspeitos que possam ser responsáveis pelo desaparecimento.

Depois de uma denúncia anônima, a Polícia Militar (PM) chegou a encontrar neste mês uma residência localizada na zona rural de Monte Negro, que poderia ter servido como cativeiro para a estudante. Uma cama sem colchão, um batom, uma calcinha, embalagens de remédios e uma pedra amarrada a uma corda foram encontrados no interior da residência.

Um dia após a descoberta, a mãe da jovem gravou um vídeo dizendo que os objetos encontrados na casa pertenciam à filha e que Taina ainda estaria viva. Mas para a Polícia Civil, a residência não foi utilizada como cativeiro da estudante e durante as investigações, a família reconheceu que os materiais encontrados não pertenciam a jovem.

“No calor da emoção, eu vi que o batom encontrado parecia com um que ela possuía, mas como todas as embalagens são iguais, não dava para se ter certeza. A polícia descartou que a residência foi usada como cativeiro, mas eu ainda não sei se realmente é verdade”, comenta a mãe da jovem.

No início das investigações, de acordo com a Polícia Civil, o ex-marido de Tainá seria o principal suspeito do desaparecimento da jovem. Porém, em depoimento ao delegado responsável ele comprovou que estaria em uma autoescola do município.

“Conseguimos ter as provas concretas de que na hora exata em que a vítima havia desaparecido, ele estava em uma autoescola e apresentou as provas de que estava na localidade”, comenta o delegado regional Rodrigo Duarte.

Investigação do caso

O delegado Rodrigo Duarte declarou que a Polícia tratava o caso como homicídio e que embora a hipótese de a jovem ser encontrada viva ainda não estar descartada, a chance de isso acontecer é muito remota por conta do longo período decorrido.

“Nós já estamos basicamente com a hipótese de homicídio. Estamos programando diligências em áreas que se encontrariam corpos e não mais uma pessoa viva. Aguardamos mais outras duas diligências para tomar uma decisão mais drástica”, explicou o delegado Rodrigo Duarte.

Familiares e amigos de Tainá realizaram um protesto no dia 7 de novembro e fecharam a BR-421, em Monte Negro. Os manifestantes bloquearam a rodovia e cobraram das autoridades competentes para mais ímpeto na investigação do caso. Pneus foram colocados nas duas pistas da rodovia e o fluxo de veículos no local foi interrompido.

O protesto encerrou depois de uma reunião entre uma comissão de manifestantes, representantes da Polícia Rodoviária Federal e o delegado na Unidade Integrada de Segurança Pública (Unisp) de Ariquemes, onde foi informado o curso das investigações.

Caso

Taina Carina desapareceu no dia 27 de outubro deste ano, depois de dizer aos familiares que iria até a residência do ex-marido para exigir que ele pagasse a pensão da filha de cinco anos que eles tiveram e para que ele assumisse a paternidade do filho que ela espera.

Segundo os familiares, a jovem de 21 anos alegava ser ameaçada de morte pelo ex-marido e o suspeito dizia que ela teria “uma surpresa” antes do bebê nascer e fazia várias ameaças.

Conforme a PM, a jovem foi procurar o ex-marido, que mora no sítio, mas havia ido à cidade. Depois disto ela não foi mais vista. Horas depois, a motoneta dela foi encontrada abandonada em uma estrada rural perto de Monte Negro.

O ex-marido foi detido no dia 28 de outubro e apresentado Unidade Integrada de Segurança Pública (Unisp) de Ariquemes. Em depoimento ele afirmou não saber do paradeiro de Taina e foi liberado em seguida.

FONTE: G1/Rondônia