A servidora pública Eliane Castro dos Santos, 54 anos, foi morta a facadas pelo ex-marido, Paulo Pereira da Silva, 64 anos, que se matou em seguida. Caso aconteceu esta terça-feira (2), à tarde, na rua Três Amigos no bairro Jardim Santana, zona leste de Porto Velho. Residência era da vítima e ela foi morta poucas horas depois que recebeu da Justiça uma medida protetiva. Ela trabalhava na farmácia do Cemetron, na capital.
Amigos da servidora contaram à polícia que Eliane foi vítima de constantes agressões no período que esteve junto com Paulo, e depois que decidiu se separar chegou a registrar ocorrência na delegacia por causa das constantes ameaças que recebia do ex.
O alarme sobre o homicídio seguido de um suicídio foi dado por vizinhos da mulher. À Polícia Militar, eles disseram ter ouvido gritos e quando saíram em socorro encontraram a mulher morta e o homem com uma corda no pescoço pendurado na varanda da casa.
Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal – IML.
A morte da porto-velhense entra nas estatísticas de um país que tem a quinta maior taxa de feminicídio do mundo. Conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2017, foram registrados mais de 60 mil casos de violência contra a mulher no País, mas como a taxa de subnotificação do crime é alta, esse número pode chegar até a 500 mil casos por ano. Em média, 530 mulheres acionaram a Lei Maria da Penha por dia. Ou seja, cerca de 20 pedidos de ajuda por hora. Em 2017, o Brasil concentrou 40% dos feminicídios da América Latina, segundo a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL), vinculada a ONU.
Para se ter uma ideia dos índices assustadores da violência de gênero, o Correio Braziliense divulgou no início deste ano dados inéditos que revelam que 92.323 denúncias foram registradas e encaminhadas pelo Ligue 180, canal do agora Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos — 25,3% a mais do que no ano anterior. Em 2017, foram 73.669. Para se ter dimensão da barbárie, 391 mulheres foram agredidas por dia em dezembro, mês no qual 12.123 se tornaram vítimas de todo o tipo de violência. Em relação ao mesmo período de 2017, o número mais que dobrou. À época, 6.024 denunciaram abusos.
Abusos
Veja as principais agressões registradas pelo Ligue 180 em 2018 no país
Violência física 30.918;
Violência psicológica 23.937;
Violência doméstica e familiar 15.803;
Tentativa de feminicídio 7.036;
Violência sexual 4.491;
Violência moral 3.960.
Para denunciar
O Ligue 180, Central de Atendimento à Mulher, é o serviço oferecido pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. A ligação é gratuita e confidencial. Esse canal de denúncia funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, no Brasil e em outros 16 países. Além de registrar denúncias de violações contra mulheres, encaminhá-las aos órgãos competentes e realizar seu monitoramento, o Ligue 180 também dissemina informações sobre direitos da mulher, amparo legal e a rede de atendimento e acolhimento.
Fonte: com informações do Rondoniaovivo e Correio Braziliense