Uma operação policial foi montada nesta quarta-feira para transferir para um presídio federal Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola , apontado como líder de uma das maiores facções criminosas do país. Outros 21 presos ligados ao grupo criminoso também deixaram penitenciárias paulistas hoje com destino a cadeias federais. Eles devem ser enviados a Brasília, Mossoró e Porto Velho.
O pedido de transferência foi feito pelo Ministério Público de São Paulo em 28 de novembro, depois que serviços de inteligência descobriram um plano para resgatar criminosos em Presidente Venceslau . No documento, a que o GLOBO teve acesso, o promotor Lincoln Gakiya detalha o plano, que ele descreve como “cinematográfico”. Os criminosos pretendiam sitiar a cidade e tomar controle de áreas estratégicas, com uma estação de energia e o aeroporto.
O promotor também argumenta que a transferência de Marcola e seus comparsas poderá contribuir para o enfraquecimento da facção criminosa, “com o afastamento e isolamento inédito da liderança de suas bases criminosas e de seus faccionados comandados (…), dificultando assim que as ordens cheguem a outros faccionados”.
Embora os governos do estado e federal viessem negociando a questão há 51 dias, como disse o governador João Doria durante coletiva de imprensa , a transferência só foi autorizada no último sábado pelo juiz Fernando Gonçalves dos Santos, da 5ª Vara de Execuções Criminais.
Até esta quarta-feira, Marcola estava na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, onde também ficam presas algumas das lideranças mais perigosas da facção. Ele foi preso pela primeira vez em 1999, acusado de roubo a bancos e carros fortes. Já na cadeia, ele se tornou a principal liderança do grupo criminoso.
Um forte esquema de segurança foi montado para fazer o transporte. Marcola saiu de Presidente Venceslau em um coboio, em direção ao aeroporto da cidade vizinhas de Presidente Prudente, onde embarcou num avião das Forças Aéreas Brasileiras (FAB).
Em nota, o Ministério da Justiça informou que essa operação é a primeira ação realizada com a participação da Secretaria de Operações Integradas e que o “isolamento de lideranças é estratégia necessária para o enfrentamento e o desmantelamento de organizações criminosas”.
Fonte: O Globo