Padre Renato: “Minha filiação ao PV não significa candidatura”

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O padre Renato Luiz Caron, responsável pela paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, é sacerdote há 16 anos, 5 deles em Vilhena.

Nos últimos meses, várias matérias foram publicadas por meios de comunicação da cidade, enfatizando uma possível candidatura do padre, nas eleições de 2012.

Os comentários aumentaram quando o religioso se filiou a um partido político. A princípio ele disse que teria pensando em fazer a filiação ao PTB, mas desistiu, quando soube que o ex- prefeito de Vilhena, Melkisedek Donadon, também iria se juntar ao mesmo partido.

MUDANÇA DE PARTIDO: 

De acordo com o padre, ele não queria fazer parte do mesmo partido, onde Melki também estaria, pelo fato do mesmo ter um passado reprovável.

Mas, ele ressaltou que todos os partidos têm pessoas com atitudes reprovadas pelo povo, mas, que ele avaliou o ambiente em que vive. “Não tenho nada contra o Melki, ele nunca fez nada contra mim. Mas, optei por um partido, onde ele não estivesse”, destaca.

Com isso, Caron conta que o PV, através do deputado estadual Luizinho Goebel, o convidou para fazer parte do partido e ele aceitou.

FILIAÇÃO AO PV:

Questionado sobre o motivo de filiação a um partido político, o padre ressalta que deseja contribuir de forma direta para a vida da comunidade, visto que é por meio de partidos, que as forças são articuladas para a mobilização de políticas sociais, agrárias, entre outras.

Porém, Caron também avalia que o partido político deve representar concepções e não apenas ser um “trampolim” para um cargo eletivo.

INFLUÊNCIA SOB O RESULTADO DAS ELEIÇÕES DE 2008:

Muitos comentários surgiram na época e ainda são lembrados em matérias jornalísticas da cidade, citando uma suposta influência do Padre para eleição de José Rover em 2008, por meio de seus sermões.

Perguntado sobre isso, Caron enfatiza que em seus sermões apresentou questões de ordens para todos os candidatos, onde o povo ficou livre para tomar suas decisões. “Meus sermões foram imparciais, pois acho deplorável, quem transforma o altar em púlpito”, argumentou.

APROVAÇÃO DO BISPO PARA CANDIDATURA: 

Renato Caron faz parte da Diocese de Ji-Paraná, onde o bispo Dom Bruno Pedron já suspendeu dois padres das atividades religiosas: O deputado federal, Padre Tom e o prefeito de Cacoal, Padre Franco Vialetto.

Desta forma, Caron enfatiza que sua filiação ao PV não significa uma candidatura política. “Não é minha intenção pleitear algum tipo de cargo político, mas sim ajudar Vilhena da melhor maneira possível”, disse.

Mas, caso o bispo aprove uma possível candidatura, Caron explicou que irá, juntamente com o partido, fazer uma avaliação e passar por um processo de amadurecimento, para ver as possibilidades disponíveis, como por exemplo, a opção do pleito a vereador.

Porém, o religioso acredita que o bispo se preocupa primeiramente com a igreja, numa dimensão pastoral. “É mais fácil encontrar um prefeito para a prefeitura, do que um padre para a paróquia”, justificou.

Desta forma, Renato Caron revela que as chances são pequenas, se tratando da aprovação de Dom Bruno. Mas, ele expõe que o partido se encarregou de fazer o pedido ao responsável pela diocese.

“Estamos num momento de reflexão, do povo questionar se existe a necessidade do padre se candidatar a um cargo que deveria ser pleiteado por eles. Estamos num processo de debate e amadurecimento”, avalia.

VIDA RELIGIOSA E VIDA POLÍTICA:

O Vilhena Notícias também perguntou ao vigário, se acredita ser possível conciliar a vida religiosa e a vida política. Ele respondeu que sim, desde que tenha muita ajuda, para assim não perder o foco nas administrações.

No entanto, ele analisa que na sua atual função de pároco, responsável por diversas atividades na igreja, seria impossível assumir outro cargo. Se isso fosse necessário, Caron explica que precisaria de muita colaboração, para poder executar de maneira satisfatória seus encargos.

“Eu sempre quis ajudar Vilhena e faço isso, como cristão, cidadão e motorista. E quero continuar contribuindo para a cidade, nem que seja só na condição de aconselhamento”, disse, caso não tenha aprovação para ser candidato.

“Que as pessoas queiram trabalhar em prol da comunidade. Que as pessoas boas, usem a política, como ferramenta em busca do bem comum”, conclui padre Renato.