Não pretendo encontrar má-fé, partidarização eleitoreira ou vilania na campanha de desinformação disfarçada de oposição movida violentamente contra qualquer manifestação favorável à concessão da rodovia.
Dentre as melhorias implementadas na rodovia estão a duplicação de 107,57 quilômetros de estradas, construção de 190,597 quilômetros de faixas adicionais e 17,7 quilômetros de marginais. As melhorias, porém, virão somar-se às já existentes, pelo que os trechos duplicados, terceiras pistas e vias marginais serão em realidade muito maiores.
Principal argumento dos opositores, a cobrança do pedágio somente poderá começar a ocorrer a partir do final do ano de 2026. Ficou estabelecido o valor de R$ 0,19 (dezenove centavos) por quilômetro para cada eixo. Um bitrem de nove eixos pagará R$ 1,71.
Na verdade, caro é o consumo maior de combustível com as inúmeras reduções de velocidade, pelas constantes trocas de marcha impostas pela precariedade da rodovia. Caro é o tempo perdido com isso. Cara é a depreciação do equipamento, não apenas dos pneus (por sinal caríssimos). Caro é o preço das peças dos veículos modernos.
O projeto prevê a obrigatoriedade de uma série de ações antes disso. Ou seja, só depois que a rodovia atender a parâmetros de segurança e conforto ao rolamento definidos pelo Programa de Exploração.
Tais investimentos vão resultar, sem dúvida, em melhoria na trafegabilidade e segurança da rodovia. Pode ser também que avance o movimento pela antecipação do cronograma de obras do arco norte em Porto Velho, para garantir acesso mais rápido aos portos do rio Madeira sem passar pelo centro urbano da capital. Se acontecer do consórcio Consórcio 4UM/Opportunity ser convencido, haverá uma economia de quase uma hora no trajeto pela BR.
Cumpre observar que níngüem buscou mobilizar a opinião pública ou recorreu à justiça para exigir o asfaltamento do anel viário de Porto Velho, parte do qual é o chamado “arco norte”, que dá acesso aos portos do Madeira. Uma carreta bitrem perde hoje duas horas apenas no trajeto de ida e volta do trecho da entrada de Porto Velho até o porto. Quanto tempo de combustível e desgaste do equipamento é gasto nisso?
Mas o mais importante é que a redução do número de acidentes frontais e mortes, com a duplicação do trecho mais crítico, de Jaru a Presidente Médici representam uma vitória para Rondônia. Os novos 190 quilômetros de terceira via também vão desafogar o tráfego nos demais trechos críticos.
Andrey Cavalcante é ex-presidente e membro honorário vitalício da OAB/RO