Suspeito de ser mandante de duplo homicídio será transferido para Vilhena, confirma delegado

Acusado foi preso no Mato Grosso.

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Delegado Nubio Lopes de OLiveira (foto) conduziu o inquérito que apurou as mortes. (Foto: Renato Spagnol).

O delegado Nubio Lopes de Oliveira da Delegacia Especializada na Repressão de Crimes Contra a Vida (DERCCV), da Polícia Civil, confirmou esta manhã que será pedida a transferência do Mato Grosso para Rondônia, de Edson Ângello, 51 anos, acusado de ser o real mandante de um duplo homicídio ocorrido no município de Vilhena, no ano de 2014. Ângello foi preso na sexta-feira (3) em Cuiabá, por policiais da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema). A ação, coordenada pela delegada Alessandra Sartunino de Souza Cozollino, foi deflagrada para cumprir um mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça da Comarca de Vilhena.

No Mato Grosso, Ângello é indagado em inquérito instaurado pela Polícia Judiciária Civil, para apurar denúncias de grilagem de terras na região da Flor da Mata, na capital mato-grossense.

O Caso

Segundo o inquérito da Polícia Civil de Vilhena, concluído há poucos dias, Edson Ângello contratou três pistoleiros em novembro de 2014, para matar o contador Dagoberto Moreira. A motivação, segundo o delegado Oliveira, foi uma disputa de terras na região de Pimenta Bueno, entre Ângello e o contador.

Era 26 de novembro, quando os atiradores contratados à época por R$ 100 mil, chegaram na casa do Bairro Jardim Social, os pedreiros Valdir Alves (44) e Odail Ferreira de Proença (35) trabalhavam na reforma do imóvel e foram mortos por engano. Um servente também foi ferido e sobreviveu. Já o contador, alvo da ação criminosa, escapou daquele ataque e saiu da cidade e, em janeiro do ano seguinte retornou para resolver problemas pessoais. No dia 19 de janeiro, Dagoberto desapareceu e a esposa dele registrou um Boletim de Ocorrências na Polícia Civil. Cinco dias depois, em 26 de janeiro, ele foi encontrado morto próximo de uma linha rural. A perícia constatou que ele foi executado com cinco tiros na cabeça.

Julgados pelo crime

Dois envolvidos nas mortes, Wanderson Rodrigues da Silva e José Cláudio da Silva, já foram julgados pelo crime e estão presos no Centro de Ressocialização Cone Sul de Vilhena. De acordo com a Civil, foram eles que executaram os pedreiros.

Também participou da ação Vagner Ângelo, filho do mandante, ele dirigia o carro que levou os criminosos até a casa do contador e depois deu fuga a eles. Vagner foi julgado em Cuiabá e cumpre pena em regime fechado. O carro usado no delito, era um veículo zero KM e havia sido furtado no Mato Grosso.

Absolvido do caso

O empresário Leandro Pereira Chavichioli que na época foi apontado como mandante do crime chegou a ser indiciado e acusado pelo Ministério Público de Rondônia. Ele permaneceu preso durante toda a fase de investigação, mas no dia do julgamento foi absolvido no júri popular. A prisão dele, na época, foi baseada no depoimento de um dos executores, mas a acusação não prosperou por falta de provas contra o empresário.

Novo elemento

Durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (6), o delegado Nubio de Oliveira declarou que o caso havia sido encerrado, mas novos elementos levaram à abertura de um segundo inquérito, no ano de 2016, e concluído esse final de semana. Neste, conseguiu-se apurar que o real mandante do crime foi Edson Ângello. Ele responde também por um homicídio no Mato Grosso por conflito de terras. A transferência dele para a Casa de Detenção, de Vilhena, deve ocorrer nas próximas semanas.