Os irmãos Cledivaldo Ferreira da Silva (28) e Sandro Ferreira da Silva (24) serão indiciados por homicídio qualificado. Eles foram presos suspeitos da morte do policial militar Gilberto Santos Passos, assassinado na última quarta-feira (7), aos 39 anos de idade. O crime ocorreu no Setor 13, em Vilhena.
A confirmação pelo indiciamento foi divulgada hoje pelo Delegado Regional da Polícia Civil no Cone Sul, Fábio Campos. Conforme a polícia, o inquérito será concluído essa semana e remetido à Justiça.
Campos revelou ainda que Cledivaldo, no interrogatório, confessou que o disparo que matou o policial partiu de sua arma: “ele confirmou ainda que foi o primeiro a sacar a arma durante a discussão”.
O outro suspeito, Sandro, negou ao prestar depoimento ter dado o soco que derrubou o policial. “Ele diz que estava acompanhando de perto a situação, mas nega ter dado um soco no policial, ele alega que o militar se desequilibrou e caiu sozinho”, explicou Fábio Campos.
A arma usada pelo assassino confesso, um revólver de calibre 38, disparou todas as munições do tambor, mas apenas um tiro atingiu o policial. A bala entrou pela região da clavícula e rompeu uma artéria, provocando a morte do militar. Os irmãos estão presos na Casa de Detenção do Estado, em Vilhena.
Posse de terreno
No dia do crime, o policial acompanhou um irmão e um tio até a localidade para resolver um problema que envolve a propriedade de um terreno do bairro. Lá, se encontraram com os irmãos. O impasse, das duas partes que se dizem proprietárias do imóvel, gerou uma discussão e Cledivaldo, segundo duas testemunhas, sacou um revólver e apontou para o irmão do policial dizendo que o “rolo” seria resolvido ali. Gilberto então se identificou como militar e apontou sua arma na direção de Cledivaldo, para forçá-lo a entregar a arma. O rapaz baixou o revólver, mas logo depois disparou contra o PM.
O militar morreu na entrada do pronto-socorro do Hospital Regional. Os dois irmãos fugiram em uma motoneta Honda Biz e foram presos horas depois em um cerco policial. Sandro foi encontrado em casa, no Setor 12. Já Cledivaldo foi localizado dentro de uma área de mata no Setor 13. Segundo a polícia, ele foi condenado por roubo à mão armada e estava em liberdade condicional. Quando foi preso, ele tinha mais seis munições intactas.
Área irregular
A Polícia Civil diz que a área do terreno em disputa não é regularizada e o irmão do policial, assim como Cledivaldo, possuem contratos de posse.
“Os contratos são de ‘gaveta’ [não registrados em Cartório] e já estão em nosso poder para apuração”, pontuou Campos.
Sepultado com honras militares
Em um cortejo que reuniu cerca de cem veículos, o corpo de Gilberto Santos Passos foi conduzido, na manhã de quinta-feira, por familiares, colegas e amigos do 3º Batalhão da Polícia Militar de Vilhena até o cemitério municipal Cristo Rei. Passos havia ingressado na corporação em 2006 e, na hierarquia da Polícia Militar, tinha a patente de Cabo.