A Delegacia Especializada na Repressão de Crimes Contra a Vida (DERCCV) da Polícia Civil de Vilhena uniu forças para chegar à identidade de um homem suspeito de ter assassinado a técnica em enfermagem Kênia de Carvalho Calam, de 37 anos, na madrugada do dia 1º de junho de 2019. O suspeito é o andarilho de iniciais A. R. J., de apelido Sapão. Ele está preso no Mato Grosso e possui passagens pela polícia por outros crimes e pelo assassinato vai responder por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima).
O corpo de Kênia foi encontrado abandonado em via pública com pelo menos 14 perfurações de faca, próximo ao Ponto de Táxi Lotação Nacional, no Centro. A vítima era usuária e a polícia acredita que ela estava sob efeito de droga quando foi morta.
Segundo o delegado Nubio Lopes de Oliveira, titular da delegacia de homicídios, na noite que antecede o crime o andarilho procurou pela vítima. “Uma testemunha confirmou que ele [andarilho] esteve na casa da vítima e depois saiu sozinho com ela, portanto, nós tínhamos uma descrição física do suspeito, mas não a identidade dele”, revelou o delegado nesta sexta-feira (11) durante coletiva de imprensa sobre o caso.
Nas fases seguintes da investigação a polícia recebeu dois telefonemas anônimos com origem do Estado do Mato Grosso. Nas chamadas uma pessoa revelara detalhes do crime e indicara a identidade do suspeito. “A pessoa denunciante deu detalhes precisos de quando, onde e quem era a vítima. Com essas informações nós conseguimos uma foto do suspeito e a mostramos para outra testemunha, àquela que viu a vítima sair com um homem desconhecido horas antes do crime. Essa testemunha confirmou que a pessoa da foto era a mesma que saiu com a Kênia no dia do crime”, disse Nubio Lopes.
A partir daí a Polícia Civil de Rondônia conseguiu chegar até a localização do suspeito com ajuda da polícia do Mato Grosso. Ele foi ouvido e negou o crime, mas diante de evidências que foi ele o autor do assassinato e de depoimentos de duas testemunhas o andarilho teve a prisão decretada pela Justiça. O inquérito que apurou o crime foi concluído nesta sexta-feira porém resta uma lacuna, qual era a ligação entre a vítima e o assassino.
“Não existe nos autos [processo] nada que demonstre a relação que eles tinham, apuramos que ele quando passou por Vilhena procurou pela vítima e a matou”, finalizou Lopes.
Kênia de Carvalho era companheira de Eleilton Dione da Silva Prado que foi morto pelo irmão Edson Luiz da Silva Prado no dia 25 de agosto de 2019. O corpo dele foi encontrado em estado de decomposição enterrado numa fossa desativada em uma casa do bairro Marcos Freire, em Vilhena.
Edson foi preso no mesmo dia que o cadáver foi encontrado. Na última semana a Polícia Civil concluiu as investigações e o indiciou pelo homicídio do irmão. Edson está preso.