A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou Pablo Henrique da Silva Sega (20) e Kenedy Palmeira da Silva (27) por homicídio duplamente qualificado. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Nubio Lopes de Oliveira, o inquérito que apurou o assassinato do mecânico Júlio Pereira Bastos, ocorrido no dia 27 de maio do ano passado, foi encaminhado para o Ministério Público de Rondônia para tomar as providências quanto a denúncia.
O mecânico, na época com 41 anos, foi morto com quatro tiros na presença da esposa e do sobrinho, um garoto de 13 anos. O crime aconteceu por volta das 18h45 em frente da casa de numeral 2345, na rua 1508, no bairro Cristo Rei.
A investigação
Como testemunha no caso, a esposa contou que estava com o marido e o sobrinho no portão da residência, quando dois homens em uma motocicleta se aproximaram e o passageiro, sem tirar o capacete, desceu do veículo e foi em direção a Júlio e disparou por sete vezes. Segundo a perícia, quatro dos disparos acertaram órgãos vitais, o que provocou a morte do mecânico.
Mesmo com poucos elementos e nenhum suspeito, até então, a delegacia de homicídios da Polícia Civil abriu inquérito para desvendar o crime, mas a apreensão de uma arma de fogo no dia 30 de maio daquele ano, três dias após o assassinato, mudou o rumo da investigação.
De acordo com o delegado do caso, durante a investigação a polícia recebeu informações indicando que aquela arma havia sido usada para matar o mecânico. Com isso, o revólver apreendido e projéteis resgatados do corpo da vítima foram enviados para o Instituto de Criminalística do estado, no entanto, o resultado do laudo foi inconclusivo. Nubio Lopes explicou, em coletiva de imprensa realizada nesta manhã de quarta-feira (17), que o resultado do laudo não confirmava, mas também não descartava que aquela arma pudesse ser a arma do crime.
“Nós tínhamos indícios fortes que a arma foi usada no crime, mas precisávamos da comprovação através do exame de balística, com isso enviamos um segundo projétil para que fosse feito um novo exame”, pontua Lopes. O novo laudo foi novamente inconclusivo.
Com elementos fortes de que a arma apreendida foi usada para matar o homem, Nubio Lopes pediu apoio do delegado de Polícia Federal em Vilhena, Bruno Zane Santos e, com a intervenção dele, o revólver e os projéteis foram enviados para ao Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília, que utilizada outra metodologia científica na investigação. O resultado do laudo foi taxativo, os projéteis recuperados do corpo da vítima tinham saído da arma apreendida no dia 30.
Com a confirmação, a delegacia de homicídios juntou elementos e conseguiu provar que Pablo Henrique e Kenedy Palmeira foram os autores da execução. O primeiro estava na garupa da moto e foi quem disparou contra o mecânico.
A motivação
Segundo Nubio Lopes, a morte foi motivada por uma desavença entre o mecânico e Kenedy, iniciada meses antes em um balneário na área rural de Vilhena.
“Nós conseguimos apurar que o Kenedy tentou, tempos antes, matar a vítima e, só não o fez, porque não conseguiu uma arma emprestada naquela ocasião”, relatou o delegado Lopes. Ainda segundo ele, Pablo não tinha problemas pessoais com a vítima, mas aceitou cometer o assassinato porque é conhecido no mundo do crime como matador.
Atualmente, Pablo Henrique cumpre condenação por tráfico de drogas no presídio de segurança máxima Cone Sul e responde ainda pelo homicídio do cantor De Luca, morto a tiros em maio do ano passado quando fazia um show em um balneário. O comparsa dele nesse crime foi julgado e condenado.
Já Kenedy, indiciado como participe, encontra-se foragido. Ele também é acusado de ter atirado na cabeça de Rozane de Fátima Souza. O crime ocorreu na madrugada do dia 09 de fevereiro deste ano, em uma estrada próxima a Chácara do Raimundo.